As questões envolvendo o Facebook e bloqueio (ou não) de conteúdo antivaxx ganharam mais um ingrediente. A hashtag #vaccineskill (“vacinas matam”) estava ativa na rede social e foi percebida na semana passada pela CNN, nos Estados Unidos. Somente algumas horas após a emissora americana alertar a plataforma sobre a existência da hashtag, o conteúdo foi retirado do ar.
Agora, a hashtag antivaxx está escondida no Facebook, bloqueada por uma mensagem que diz que a rede social está “mantendo nossa comunidade segura”. Curiosamente, a mesma hashtag foi bloqueada no Instagram (que pertence ao Facebook) há dois anos e permanece bloqueada ainda hoje.
Apesar disso, já em 2019 era observado o quanto parecia ser uma tarefa hercúlea para essas mídias sociais coibir a disseminação de conteúdos anti-vacina. Se na época a prática de espalhar desinformação dessa natureza já era algo bastante nocivo, nos dias atuais de Covid-19, a situação é ainda mais grave.
De acordo com um porta-voz do Facebook, o processo da rede social para determinar se uma hashtag viola as políticas da plataforma, dentre outros fatores, considera a porcentagem de conteúdo que a hashtag viola. “Começamos a bloquear a hashtag #vaccineskill no Instagram em 2019 porque havia uma parte substancial do conteúdo com a hashtag que violava nossas políticas. Na época, o conteúdo do Facebook com a hashtag não atingiu nosso limite para bloqueá-la”, disse o porta-voz. “Agora, a hashtag #vaccineskill no Facebook viola nossas políticas contra a desinformação sobre COVID-19 e vacinas e nós a bloqueamos das pesquisas”.
Contradições
O Facebook tem alegado trabalhar contra as informações errôneas sobre a vacina em suas mídias sociais. Entretanto, há casos de contradição que podemos lembrar por aqui. Por exemplo, em fevereiro, o Facebook anunciou que iria incluir na lista de banimento automático fake news sobre vacinas. Já esta semana, um grupo de cientistas da rede social revelou que a empresa recusou no início da pandemia recursos para o desenvolvimento de uma ferramenta de medição de desinformação sobre a Covid-19.
Pelo lado do Instagram, a rede social anunciou em março que iria remover fake news sobre a Covid-19 e a vacina. Acontece que, naquele mesmo mês, foi divulgada uma pesquisa indicando que o algoritmo do Instagram pode estar espalhando conteúdo nocivos, incluindo antivaxx e do QAnon.
Os problemas de redes sociais e desinformação sobre a pandemia chegaram à Casa Branca. No início deste mês de julho, Joe Biden acusou o Facebook de estar matando as pessoas por desinformação sobre a Covid-19. Porém, uma semana depois, o presidente americano acabou voltando atrás em suas declarações, pedindo que as redes sociais “não levem para o lado pessoal”, sua afirmação, que é “mais complicada do que parece”.
Via Engadget
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