Conforme anunciado na semana passada, a Huawei lançou hoje o HarmonyOS, seu sistema operacional voltado para funcionar em uma gama de produtos, desde dispositivos IoT a smartphones e computadores. Além de ser uma forma da empresa chinesa tentar se recuperar das sanções americanas que tem prejudicado seus negócios em hardware, o uso do HarmonyOS pode significar que a Huawei não dependerá mais totalmente do Android.
As sanções dos EUA proibiram o Google de fornecer suporte técnico para novos modelos de telefone Huawei, além do acesso ao Google Mobile Services, o pacote de serviços de desenvolvedor no qual a maioria dos apps Android se baseia. Ao que tudo indica, diferentemente do que aconteceu com a Xiaomi, a situação delicada não parece que será mudada tão cedo para a Huawei, mas o novo sistema tem muitos pontos em comum com o Android 10, usado em seu desenvolvimento.
Novos produtos que vão rodar o HarmonyOS
Nesta quarta-feira, a empresa revelou vários novos produtos usando HarmonyOS, incluindo a nova geração de tablets MatePad Pro e os smartwatches Huawei Watch 3 e Watch 3 Pro (como previsto aqui). Os anúncios ocorreram durante um evento online realizado na sede da empresa em Shenzhen. A Huawei também anunciou seus fones TWS FreeBuds 4, com atualizações de performance e tamanho levemente menor que os antecessores FreeBuds 3 (além de um design mais parecido com os AirPods da Apple).
O encerramento da apresentação do HarmonyOS (completa aqui, com duração de um pouco menos de duas horas) foi feito com o anúncio da série de smartphones Huawei P50, que carregará o sistema operacional próprio da fabricante. A Huawei também reforçou sua pretensão de alcançar 200 milhões de smartphones e outros 100 milhões de dispositivos rodando o HarmonyOS até o final do ano.
Planos da Huawei para o HarmonyOS
Wang Chenglu, presidente do departamento de software do Huawei Consumer Business Group, disse que a empresa estava indo além dos smartphones com HarmonyOS. Segundo Chenglu, o mercado de smartphones estagnou, porém, os smartphones continuam sendo o dispositivo dominante na vida das pessoas. Em grande parte, porque a maioria dos desenvolvedores tem poucas outras plataformas para desenvolver.
O presidente do departamento de software afirma haver a necessidade de um sistema para preencher a lacuna entre os dispositivos, já que “o problema com os sistemas operacionais existentes é que os dispositivos não podem ser conectados facilmente”. Para Chenglu, o HarmonyOS “pode permitir que dispositivos sejam conectados para formar um super dispositivo. Ele funcionará como um sistema de arquivos, literalmente um dispositivo”.
Chenglu disse que acolheria outros fabricantes de smartphones que adotassem o HarmonyOS, mas acrescentou que a Huawei vê grandes oportunidades em trabalhar com fabricantes de dispositivos que não sejam smartphones. Há expectativas que fabricantes chinesas, como a Oppo, a Vivo e a Xiaomi, além da Meizu, abracem o sistema operacional da conterrânea. O HarmonyOS também poderá estar cada vez mais presente em veículos elétricos.
Via Reuters