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A rede social Parler segue banida da Google Play, App Store e Amazon Web Services por não ter excluído as publicações de apoiadores a invasão do Capitólio Americano, no último dia 06/11. No entanto, graças à uma falha no seu código fonte, o conteúdo das manifestações foi recuperado e publicado em ordem cronológica na internet.

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Não se sabe ao certo quantas pessoas estão envolvidas na recuperação de dados dos servidores da Parler. A ação foi divulgada pela usuária do Twitter @donk_enby que informou que teve acesso aos dados em parceria com o Archive Team, um grupo de programadores que busca registrar fatos históricos na internet . Ela alega que o objetivo deste backup é armazenar uma série de conteúdos que servirão como provas para incriminar os manifestantes.

Para o mundo todo ver

A pesquisadora comenta que o material pôde ser encontrado por uma falha no código da rede social. Ao todo, estima-se que 1,1 milhão de URLs foram pesquisadas, o que gerou mais de 56 TB em arquivos. Este número representa aproximadamente 99% de tudo o que foi publicado na Parler durante a invasão do Capitólio.

Graças ao trabalho de @donk_enby e do Archive Team, a agência de jornalismo independente ProPublica reconstituiu o dia da invasão em uma linha cronológica. Os arquivos mostram desde filmagens de apoiadores no meio da manifestação até trechos de reportagens feitos pela imprensa e republicados por usuários na rede social. Também é possível notar um gráfico de comportamento com os horários que tiveram mais publicações dentro, fora e ao redor do Capitólio.

Para evitar que os vídeos sejam removidos novamente, os arquivos foram salvos em servidores distintos e provavelmente não serão compartilhados em plataformas como o YouTube. De acordo com a ProPublica, são mais de 500 vídeos que: “juntos, fornecem um dos registros mais abrangentes de um evento sombrio na história americana através dos olhos daqueles que participaram”.

Além da Parler, outras redes sociais como o Twitter, Facebook e o fórum Reddit também tiveram conteúdos sobre a invasão do capitólio retirados.

Parler pode voltar ao ar

Apesar das sanções, o banimento da Parler não é definitivo. Recentemente, o CEO da Apple, Tim Cook, comentou que a intenção da empresa de Cupertino não é banir nenhum aplicativo dos seus dispositivos, desde que estes estejam de acordo com os termos de uso de sua comunidade.

Esta também foi a justificativa adotada pela Amazon. A empresa de Jeff Bezos garantiu que a rede social foi notificada diversas vezes sobre a propagação de discursos de ódio, mas que não se mostrou disposta em moderar os seus usuários.

O CEO da Parler, John Matze, por sua vez, não parece estar disposto em modificar as regras de sua comunidade. A página oficial da rede voltou ao ar, na última semana, com um aviso do próprio executivo que informa “problemas técnicos”, além de reforçar o comprometimento com a liberdade de expressão.

A Parler nasceu como uma rede que prega a “liberdade de opinião, livre de algoritmos e de partidarismos”. Isso foi senha para a plataforma se tornar um dos redutos favoritos da extrema direita, que passou a utilizá-la para propagar discursos de ódio e fake News em apoio ao presidente Donald Trump.

Inclusive, após ser banido da maioria das redes sociais, o próprio presidente americano tentou criar uma conta na Parler utilizando um nome de usuário falso. O manifesto da empresa, um texto do CEO na página oficial, fala na defesa dos direitos civis, mas não cita o episódio de invasão ao Capitólio.

Congresso Americano teme novas manifestações

Um retorno da Parler seria motivo de atenção para o departamento de segurança americano. O presidente eleito Joe Biden tomará posse nesta quarta-feira (20/01), em Washington, e autoridades do Congresso temem pela ocorrência novas manifestações. Além do Capitólio, foram tomadas medidas de segurança anti-terrorismo em prédios públicos de Washington e nas principais capitais do país.

A declaração de Donald Trump que não comparecerá à cerimonia de posse aumenta a preocupação sobre ataques. Ele será o primeiro presidente da história dos Estados Unidos que se recusa a passar a faixa para um sucessor.

Via The Verge
Foto: Tyler Merbler/Wikimedia Commons/CC