Brasil, Chile e México vão liderar o crescimento da tecnologia 5G na América Latina, que deve alcançar 85 milhões de terminais até 2025. As estimativas são de Tina Lu, uma das principais analistas da consultoria global Counterpoint Research, que participou de um webinar que debateu o papel dos dispositivos no crescimento do 5G na América Latina, realizado pela 5G Americas, uma organização comercial da indústria composta por importantes fornecedores e fabricantes de serviços de telecomunicações americanos.
Segundo as impressões da consultora, a tecnologia 5G nesta região do planeta ainda não decolou efetivamente por conta da escassez de redes e equipamentos a preços competitivos. Entretanto, as expectativas são de que esta condição estará radicalmente diferente a partir de 2022.
Na América Latina, atualmente, 80% do mercado de smartphones em geral está abaixo da faixa dos US$ 200 (R$ 1057 em valores atualizados hoje, aproximadamente). Por isso, é necessário que os dispositivos 5G alcancem essa linha de disponibilidade para que o mercado tenha êxito. Porém, segundo Lu, dois problemas muito expressivos afetam a promoção do 5G no Brasil e nos demais países latino-americanos. O primeiro é a quantidade insuficiente de redes e estruturas físicas competentes na região e o segundo é a escassez global de chips.
5G mais rápidos que 4G em velocidade de distribuição no mercado
Ainda assim, a velocidade de difusão dos dispositivos 5G no mercado a nível global deverá ser mais rápida que a alcançada pelo 4G, de acordo com a Counterpoint. A analista explicou que a adoção do 4G alcançou 83 milhões de dispositivos conectados no mundo só no terceiro ano, passando para 200 milhões no quarto. As estimativas para o 5G em seu terceiro ano são de 565 milhões de dispositivos comercializados no planeta e de 1 bilhão no sexto ano.
Outro ponto observado de forma positiva está relacionado aos valores de comercialização do 5G. Em 2019, era esperado para um aparelho 5G um preço médio de US$ 484 até 2024. Em 2020, essa projeção caiu para US$ 371, muito por causa das fabricantes estarem produzindo e comercializando chips mais baratos.
Assim como para o Brasil, um valor médio de US$ 371 para dispositivos 5G (que hoje seria um pouco mais de R$ 1.960) é considerado alto também para os demais países da América Latina. Ainda assim, esse montante significa um valor apenas 20% maior que a média global do mercado. Lu estima que, em três ou quatro anos, o preço dos dispositivos cairá, como é possível observar em aparelhos 3G e 4G hoje. Outro fator apontado pela analista está nos equipamentos 5G de entrada lançados no ano passado e que já custam cerca de US$ 140 em algumas regiões hoje.
Via Brecha Zero
Imagem: Gerd Altmann/Pixabay/CC