Depois de um escândalo envolvendo o Google, agora o Facebook virou alvo de investigação de uma agência dos Estados Unidos acusado de cometer racismo sistêmico na escolha de seus funcionários. Uma reportagem da Reuters ouviu advogados de três candidatos a empregos e um gerente que afirmaram terem sido discriminados pela empresa de Mark Zuckerberg.
A Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego (EEOC) normalmente resolve seus casos por meio da mediação, mas quando um problema sistêmico é levantado – que seria a discriminação racial generalizada –, especialistas são recrutados para analisar os dados da companhia e, eventualmente, ocasionar a abertura de um processo mais amplo.
A acusação
Oscar Veneszee Jr., gerente do programa de operações do Facebook, foi o responsável pela denúncia de racismo contra a empresa em julho de 2020, ao lado de dois candidatos que tiveram insucesso na busca por emprego por questões raciais. Um terceiro candidato, também supostamente rejeitado pelo mesmo motivo, se juntou à ação em dezembro.
“Temos um problema com os negros. Estabelecemos metas para aumentar a diversidade na empresa, mas falhamos em criar uma cultura na empresa que encontre, cresça e mantenha os negros na empresa”, comentou Veneszee, escancarando o racismo disfarçado na política do Facebook.
Segundo os acusadores, o Facebook “discrimina candidatos e funcionários negros, baseando-se em avaliações subjetivas e promovendo estereótipos raciais problemáticos”. Peter Romer-Friedman, advogado da Gupta Wessler, e que representa Veneszee e os demais integrantes da ação, afirmou que a EEOC recebeu documentos detalhados de instruções detalhadas de ambos os lados nos últimos quatro meses.
De acordo com o advogado, os escritórios da EEOC em Baltimore, Pittsburg e Washington estão trabalhando no caso, com o auxílio de representantes de outros escritórios trabalhistas, Mehri & Skalet e Katz Marshall & Banks. Romer-Friedman disse ainda que uma das políticas do Facebook é conceder bônus aos funcionários de até US $ 5.000 quando um candidato indicado por eles é contratado. Os candidatos indicados tendem a refletir a composição dos funcionários existentes, prejudicando os profissionais negros, disse ele, em um ato que configuraria racismo por parte do Facebook.
O lado do Facebook
Andy Stone, porta-voz da empresa, por sua vez, disse que o Facebook “leva a sério qualquer alegação de discriminação e investiga todos os casos”, e que “é essencial fornecer a todos os funcionários um ambiente de trabalho respeitoso e seguro. Covington & Burling, responsável pela defesa do Facebook, não quis comentar o assunto.
De acordo com os dados obtidos pela Reuters, o Facebook tinha o equivalente a 3,9% de negros em seu quadro de funcionários até julho do ano passado. O processo por racismo não é o único recente em que o Facebook se viu incluso. Em dezembro de 2020, o Departamento de Justiça acusou a empresa de discriminar os trabalhadores norte-americanos, dando preferência à contratação de trabalhadores temporários, como portadores de visto H-1B.
Via NPR
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