Uma neuropsicóloga está realizando testes com o videogame para tratar algumas sequelas da covid-19 no cérebro de pacientes que se recuperaram da doença. O jogo usado na pesquisa se chama EndeavorRX, o primeiro game a ser aprovado como tratamento para o Transtorno de Deficit de Atenção por Hiperatividade (TDAH) pela FDA, agência dos EUA similar à Anvisa. Essa é mais uma das tentativas de usar a tecnologia na luta contra a covid-19.
Os efeitos da infecção pelo novo vírus sars-cov-2 ainda estão sendo estudados pelos médicos, já que a lista de sequelas deixadas pela covid-19 é grande e, algumas, duradouras. Dentre os sintomas apresentados por sobreviventes, alguns afetam o cérebro, como a falta de foco e confusão mental.
Sobre o game EndeavorRX
A médica responsável pela pesquisa é Faith Gunning, que atua no hospital Weill Cornell, em Nova Iorque (EUA). Segunda a neuropsicóloga, alguns sintomas dos pacientes recuperados de covid-19 são similares aos do TDAH, por isso ela optou pelo videogame EndavorRX como forma de tratamento a ser estudado.
No game, o paciente precisa controlar uma nave que viaja por diversos percursos e precisa escapar de obstáculos, enquanto também coleta discos de luz no trajeto. Ao apresentar duas funções a serem realizadas ao mesmo tempo, o jogo ajuda o paciente com TDAH a melhorar seus sintomas. Além disso, a IA do jogo se adapta ao nível de dificuldade do paciente para ajudá-lo dentro do que ele é capaz de fazer e de como consegue progredir.
Por que usar o videogame?
Em entrevista ao site The Verge, Faith Gunning relatou que o game também é usado em adultos e idosos com depressão e outros distúrbios que afetam algumas capacidades cognitivas em comum. E além de obter resultado, o jogo é uma opção mais atrativa que outros tratamentos.
A escolha pelo videogame como tratamento para sequelas da covid-19 foi feita não só pelos resultados com o TDAH, mas porque o jogo é fácil de ser receitado aos pacientes. “É algo que pode ser dado a muitas pessoas”, comenta a neuropsicóloga que justifica “precisamos de medidas efetivas e que possam ser disseminadas de forma abrangente porque não temos força de trabalho suficiente para atender o alto número de infectados”.
Imagem: Martin Sanchez/Unsplash/CC