Criador da web diz que sua preocupação é com jovens pobres sem acesso à internet - Vida Celular

Vida Celular

Tudo sobre os melhores celulares

Nós do Vida Celular e nossos parceiros utilizamos cookies, localStorage e outras tecnologias semelhantes para personalizar conteúdo, anúncios, recursos de mídia social, análise de tráfego e melhorar sua experiência neste site, de acordo com nossos Termos de Uso e Privacidade. Ao continuar navegando, você concorda com estas condições.

Hoje, dia 12 de março, o criador da web, Tim Berners-Lee, e a cofundadora da Web Foundation, Rosemary Leith, publicaram uma carta mostrando preocupação com a falta de acesso dos jovens pobres à internet. A data escolhida para essa manifestação marca o aniversário de 32 anos da web, em um momento de pandemia e uso intensificado da rede mundial de computadores.

publicidade

Na carta, é mostrado que a internet provou ser uma fonte de vida que permite às pessoas se adaptarem e seguirem adiante. Além disso, os autores afirmam que estamos diante da oportunidade de se reimaginar o mundo e criar algo melhor, com o poder da web de catalisar mudanças devendo ajudar as pessoas a moldarem o mundo desejado.

O potencial dos jovens é parte central das colocações publicadas, onde é afirmado que eles estão liderando pelo exemplo, criando um futuro melhor e mais justo por meio da web. Além de ser vista como uma ferramenta para a luta por justiça, há na internet o interesse pela expansão de oportunidades e busca por soluções para problemas urgentes. Entretanto, há a preocupação do criador da web com relação a jovens em toda parte do mundo, que estão excluídos dessa realidade. Colocá-los online deve ser uma prioridade para a era pós-Covid, segundo Berners-Lee.

Um terço dos jovens no mundo não tem acesso à internet

A atenção dada para a quantidade de pessoas jovens que estão fora da internet pode ser expressada pelos números trazidos na publicação Facts and figures 2020, da ITU (International Telecommunication Union). De acordo com a ITU, um terço dos jovens no mundo não tem acesso à web e grande parte do restante com acesso não possui dados suficientes, ou dispositivos competentes, capazes de realizar uma conexão que usufrua de todo potencial das redes. Além do mais, de acordo com a Unicef, são 2,2 bilhões de jovens no planeta sem um acesso estável à web. O que é necessário, por exemplo, para aprender online, como ocorreu com aqueles que puderam continuar com seus estudos durante a pandemia.

Dentre as preocupações do criador da web perante a exclusão de jovens das redes, está a quantidade de mentes brilhantes que acabam não atuando no meio digital e o problema gerado por uma internet tóxica. A carta da Web Foundation aponta para a necessidade de ser reconhecido o acesso digital como um direito básico, assim como foi feito pela humanidade com a eletricidade.

É necessário investir na universalização da web

Tim Berners-Lee e Rosemary Leith também destacam alguns passos para a diminuição da exclusão digital. Entre eles, a oferta de acesso à internet para todos os jovens através de financiamentos para infraestruturas de rede, subsídios e suporte para redes comunitárias. Tudo isso seria possível com líderes do poder público e da sociedade civil que dimensionem o investimento de forma rápida em um esforço focado em conectar o mundo todo.

Com relação à parte financeira, a Aliança para uma Internet Acessível (Alliance for Affordable Internet – A4AI), da Web Foundation, apontou que um investimento de apenas US$ 116 por pessoa que está off-line hoje traria uma conexão de banda larga de qualidade universalizada em dez anos. Como resultado, o empoderamento social e o crescimento econômico criados por uma web para todos alcançariam a marca de US$ 8,7 trilhões em benefícios diretos em 2030.

Indo além dos jovens, o criador da web tem manifestado preocupação com os rumos da internet na sua totalidade. Um exemplo recente do interesse de Tim Berners-Lee em uma rede de benefícios compartilhados para todos, é a Inrupt, empresa a qual ele tem se dedicado, e com a qual ele pretende reescrever a web, colocando os indivíduos no controle de seus próprios dados.

Via The Guardian

Imagem: Mikel Agirregabiria Agirre/flickr/CC BY-NC-ND 2.0