Bem que o Google avisou que iria ter volta: a gigante de tecnologia publicou uma carta aberta que critica duramente a Microsoft por tentar ocupar o lugar da empresa na Austrália. O episódio aconteceu durante a longa batalha judicial contra o judiciário e a imprensa local, que levou a empresa a ameaçar à se retirar do país.
Na crítica, o Google condena a Microsoft por retornar às suas velhas práticas de atacar seus rivais e fazer lobby por regulamentações injustas – a tática “Medo, Incerteza e Dúvida”, empregada contra o sistema operacional aberto Linux. O texto também aponta que a gigante de tecnologia mostrou sua verdadeira face por períodos de crise, apontando que o incidente com o SolarWinds fez com que a empresa de Bill Gates perdesse dezenas de milhares de clientes importantes.
“Somos abertos à discussão de meios para criar um futuro econômico melhor para o jornalismo,” diz a crítica, “especialmente considerando que o modelo de negócios da imprensa tem enfrentado grandes desafios por muitos anos. Mas propostas que rompem o acesso à internet aberta (como exigir pagamento para apenas mostrar links para websites) fere os consumidores, os pequenos negócios e os veículos jornalísticos.”
Como diz na crítica, a empresa é a segunda maior empresa do mercado dos Estados Unidos, e é dona de serviços como o LinkedIn, o Microsoft News, o MSN e o maior rival da gigante de pesquisas, claro, o Bing. A retaliação ainda aponta que a Microsoft capitaliza muito menos os veículos jornalísticos em sua plataforma do que o Google – o que “só termina enfraquecendo a indústria de notícias”. A carta ainda aponta que, “quando dada a chance de apoiar ou financiar seus próprios jornalistas, a Microsoft os substituiu com bots de IA”.
Entenda o episódio
O governo australiano entrou em ação para votar uma lei que obrigue as gigantes da tecnologia a pagarem por veicular conteúdo jornalístico em suas plataformas. A reação não foi recebida com bons olhos pelo Google e pelo Facebook, que passaram a não exibir mais resultados envolvendo a imprensa local.
Durante esse período, a Microsoft ofereceu tomar o lugar do Google, que agora, critica a atitude anticompetitiva. Enquanto a pressão não adiantou e a lei avança no congresso da Austrália, a gigante de pesquisas deu para trás e anunciou parecerias com a imprensa local para publicação em sua plataforma exclusiva de notícias.
Via The Verge
Imagem: Hebi B/Pixabay