Preconceito contra mulheres na tecnologia começa na infância e vai até dia a dia no mercado - Vida Celular

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No dia 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher, que muitas vezes serve mais para conscientizar, com casos práticos, sobre a disparidade no tratamento do sexo feminino nas relações pessoais, familiares, sociais, profissionais e outras. Por exemplo, mais de 80% das mulheres empregadas na área de tecnologia já sofreram algum tipo de preconceito.

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Os dados são da Yoctoo, agência de recursos humanos para a área de TI. Foram entrevistadas mais de 125 mulheres — dentre elas especialistas da área, líderes de equipe, executivas, empreendedoras, autônomas e estudantes da área — entre os dias 22 e 28 de fevereiro. Os resultados mostram que às vésperas do Dia Internacional da Mulher os números mostram que muitas conquistas ainda precisam ser obtidas: muitas citam que as convenções sociais desde a infância desestimulam que elas desenvolvam interesse pela área de exatas. 43% delas chegou, inclusive, a sofrer preconceito durante a graduação.

Além disso, 63% das profissionais passou por algum tipo de preconceito profissional depois de ser inserida no mercado de trabalho. Dentre as dificuldades mais citadas por elas quando em empresas estão a pressão constante para provarem competência técnica (82%), e falta de respeito por superiores e subordinados homens (51%). Antes de tomarem a decisão de trilharem carreira em TI, os receios mais citados são o preconceito de gênero (49%), baixa representatividade feminina (48%), e baixas oportunidades em processos seletivos (39%).

Deficit de profissionais

Não há dúvidas que existe preconceito contra mulheres no mercado de tecnologia e que isso deve ser combatido. E esse mercado está tão carente de profissionais que o caminho inverso deveria ser mais que nunca incentivado para qualificar quadros que atendam a demanda. Dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (BRASSCOM) apontam para a necessidade de 420 mil qualificados na área até 2024. O país só forma 46 mil por ano. Se por um lado o déficit acaba criando salários mais atrativos na área para os formados, o mercado de forma geral fica estagnado sem poder avançar com projetos que influenciam diretamente no crescimento econômico local.

Apesar das dificuldades no mercado, as entrevistadas mencionam que os maiores fatores motivadores para seguirem na área são a paixão por tecnologia (63%), seguido dos salários e benefícios atraentes (39%). Para melhorar a participação das mulheres em TI nas próximas gerações (hoje, com dados da BRASSCOM, elas são apenas 20% da mão de obra) elas citam que os pais devem incentivar desde cedo a curiosidade pela área (52%), e equiparação salarial entre os gêneros (48%).

Tempos de pandemia

Além do preconceito sobre as mulheres na área de tecnologia, as entrevistadas falaram sobre as dificuldades na pandemia. Metade delas permaneceram na mesma empresa, enquanto 23% mudaram de emprego, e 15% foram demitidas. Algumas já estavam desempregadas. Sobre as profissionais ativas no mercado, para 37% delas o home office as tornou mais produtivas, e 36% afirmam que a nova rotina permitiu maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal. O maior benefício para a maioria delas é a flexibilidade de horário (69%). Sobre os desafios extras impostos por esse novo modelo elas citam maior fluxo de trabalho (51%) e maior participação em reuniões (49%).

Sobre a pandemia em si, as maiores dificuldades envolvem a saúde mental (61%) e o equilíbrio entre vida pessoal e o trabalho (61%). Sendo assim, os dados da Yoctoo deixam claras as dificuldades do sexo feminino e como elas afastam profissionais desse mercado. Os dados podem servir para que companhias lancem políticas institucionais de inclusão e combate às práticas discriminatórias.

Imagem: Marcus Aurelius/Pexels/CC