Uma pesquisa realizada pelo departamento de Cibersegurança pela Democracia da Universidade de Nova York (NYU) analisou reações em postagens feitas entre 10 de agosto de 2020 e 11 de janeiro de 2021, período composto pelos antecedentes da eleição de Biden e os dias que sucederam o ataque ao Capitólio. Concluiu que conteúdos de extrema direita tiveram maior engajamento no Facebook durante as eleições dos EUA.
No total, foram investigadas 8,6 milhões de publicações de compartilhadas por 2973 fontes de notícias e desinformação, divididas por seu posicionamento no espectro político. Páginas de extrema direita foram as que mais tiveram engajamento, sendo que os conteúdos de fake news tiveram os maiores índices, chegando a 426 reações (curtidas, comentários ou compartilhamentos) para cada mil seguidores.
Em contrapartida, postagens ligadas à esquerda ou extrema esquerda tiveram alta taxa de reações para notícias. Isso indica o impacto das redes sociais e das fake news nas eleições americanas. Quanto à quantidade de reações para conteúdos falsos e desinformação, a pesquisadora Laura Edelson da NYU falou à CNN que “isso é notavelmente perigoso para uma ferramenta que usa o engajamento como forma de medir o que deve ser impulsionado ou não”.
Facebook e os votos
Outro apontamento levantado pela pesquisa do departamento de Cibersegurança pela Democracia (NYU) é de que o Facebook realmente teve um posicionamento a favor da extrema direita nas eleições. O estudo também mostrou que as medidas da rede social para conter a disseminação de desinformação não foram tão efetivas.
Esses dados corroboram a indicação da inclinação política assumida pela empresa de Zuckerberg. Isso se reflete no fato de que o Facebook tinha conhecimento do crescimento da extrema direita meses antes do ataque ao Capitólio. A informação também coincide com outro estudo que mostrou como as mudanças no feed da rede poderiam causar efeitos na eleição do senado americano.
Via The Verge
Imagem: NeONBRAND (Unsplash)