Apesar de o seu mandato já ter chegado ao fim, o ex-presidente americano Donald Trump continua a colecionar polêmicas. No ano passado, o ainda presidente Trump ligou para Mark Zuckerberg para reclamar sobre uma das participantes do Comitê de Supervisão do Facebook, Pamela Karlan, professora de Direito da Universidade de Stanford.
Seu principal argumento contra a integrante do comitê era o fato dela ter feito um depoimento contra o então presidente em seu primeiro processo de impeachment, em 2019, que resultou em sua permanência na presidência. De acordo com uma fonte da New Yorker em uma matéria sobre a formação do comitê, Donald Trump “usou Pam (Pamela Karlan) como exemplo de que o comitê era algo profundamente ofensivo para ele”.
Ainda assim, outra fonte afirmou as reclamações de Trump foram ouvidas por Zuckerberg, mas não resultou em mudanças na composição dos membros do Comitê de Supervisão do Facebook.
O que é o Comitê de Supervisão do Facebook?
Após os escândalos envolvendo a empresa Cambridge Analytica e o uso de dados dos perfis em redes sociais para distribuição de fake news e manipulação de opiniões visando uma desestabilização política, o Facebook se viu obrigado a tomar ações para prevenir a disseminação desse tipo de informação.
Assim, em 2018, o plano para a criação do Comitê de Supervisão do Facebook ganhou vida. Com poderes acima do próprio Zuckerberg, esse comitê poderá decidir sobre a direção da moderação de conteúdo na plataforma. Ou seja, esse comitê pode decidir sobre o conteúdo mesmo que vá contra a vontade de Zuckerberg ou às políticas do próprio Facebook.
Esse comitê é formado por cerca de 20 pessoas, em maioria por especialistas da área de Direitos Humanos e até mesmo um ex primeiro-ministro e um laureado do prêmio Nobel.
A importância do Comitê de Supervisão do FB para Trump
Antes mesmo de deixar a presidência dos Estados Unidos, o então presidente usou as redes sociais para divulgar fake news, especialmente sobre a pandemia. Apesar de ser muito conhecido por seus posts no Twitter, o Facebook também era uma das plataformas mais usadas pelo ex-presidente.
Após as eleições que culminaram na vitória do rival Joe Biden, do partido Democrata, Donald Trump não reconheceu sua derrota e encorajou seus eleitores a tomarem ação. Tal encorajamento culminou na invasão ao Capitólio no dia 6 de janeiro desse ano, no qual o congresso americano reconheceria a vitória de Joe Biden.
Desde então, quase todas as plataformas digitais baniram ou suspenderam as contas pessoais do ex-presidente. O Twitter, por exemplo, declarou que o ex-presidente está banido de maneira irreversível.
Já o retorno de Trump ao Facebook será uma das decisões que caberão ao Comitê de Supervisão do Facebook. O comitê ouvirá depoimentos contra e a favor, inclusive do próprio ex-presidente. Após esse processo, o grupo decidirá reverter ou não a sua suspensão.
Por isso, ter uma participante que já depôs contra ele significa um voto a menos para o retorno de Trump às redes sociais.
Via Insider
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