Em busca de aprovação junto aos órgãos regulatórios dos EUA e de países europeus, a Libra, criptomoeda do Facebook, foi rebatizada como Diem. A notícia foi anunciada em uma nota nessa semana, e reforça o boato de que a moeda digital – que estava próxima de ser lançada, até janeiro de 2021 – deve atrasar um pouco.
Para o Facebook, a mudança de nome para Diem vai ajudar a enfatizar uma estrutura renovada e mais simples. O objetivo da empresa, que atualmente enfrenta muitas outras batalhas, é liberar a criptomoeda no mercado o mais rápido possível.
O anúncio foi feito por Stuart Levey, CEO da antiga Libra Association, e atual Diem Association, que é a organização responsável pela moeda digital, com sede em Genebra, Suíça. “Estamos empenhados em mudar de forma a promover a inclusão financeira – expandindo o acesso a quem mais precisa e, simultaneamente, protegendo a integridade do sistema financeiro ao dissuadir e detectar condutas ilícitas. Estamos entusiasmados em apresentar Diem – um novo nome que sinaliza a crescente maturidade e independência do projeto”.
O nome original estava ligado a uma iteração inicial que teve uma recepção difícil por parte de alguns órgãos reguladores. Porém, ainda restam muitas incertezas sobre o lançamento da Diem, pois o projeto ainda precisa de aprovações importantes em até 10 estados dos EUA, incluindo Nova York. Além disso, a Diem Association também precisa esperar pela aprovação do FINMA, órgão regulador financeiro suíço.
Entendendo o imbróglio
A princípio, o objetivo da Facebook com sua criptomoeda era torná-la uma carteira virtual que suportasse câmbios do mundo todo. Ou seja, apoiado por uma série de moedas globais o projeto ambicioso visava reduzir custos com fluxos de dinheiro em todo o mundo. Mas, depois de um ano de críticas e rejeições por parte das agências reguladoras, o projeto encolheu e agora a Diem se limita a “atuar na condução de transações instantâneas, de baixo custo e altamente seguras”.
Uma das principais críticas que o projeto da criptomoeda original sofreu foi quanto à possibilidade de facilitar o crime financeiro. Em resposta a isso o Facebook recorreu à velha e boa estratégia do lobby. Só neste ano foram várias as novas contratações para deslanchar com a Diem.
Entre elas, uma série de ex-políticos de alto nível e ex-funcionários de governos, que agora integram o corpo administrativo da Diem Association. Um dos nomes é Christina Joan Clark, ex-primeira-ministra da província de Colúmbia Britânica, no Canadá.
Além disso, também figura na lista o ex-procurador dos Estados Unidos, Steve Bunnell, que foi contratado como diretor jurídico. Ambos se reportarão a Stuart Levey, que foi CLO no HSBC até maio deste ano e anteriormente trabalhou no Departamento do Tesouro de George W. Bush. Outra contratação de peso é Dahlia Malkhi, veterana da Microsoft que agora vai comandar a diretoria de tecnologia da Diem Association.
É difícil não suspeitar que a contratação de pelo menos alguns desses nomes de prestígio, não seja um meio do Facebook tentar abrir as portas dos “corredores do poder” para que deixem entrar a criptomoeda, que até então tem sofrido duros golpes e portas na cara.
Cenas dos próximos capítulos
Fato é que a peleja continua, as autorizações ainda não foram liberadas e o Facebook tem diversificado nas estratégias a fim de conseguir as liberações para o Diem. Agora só resta esperar qual será o desfecho desta batalha.
Imagem: Karolina Grabowska/Pexels
Via Engadget.