Elon Musk, CEO da Tesla, aproveitou uma conversa sobre a expansão do mercado de carros elétricos para tecer uma crítica à prática de mercado da Apple. Ao ser questionado sobre o que achava de concorrentes utilizarem carregadores elétricos da Tesla para energizar outros veículos, o executivo respondeu:
“Acho que queremos enfatizar que o nosso objetivo é apoiar o advento da energia sustentável […] Não é criar um sistema fechado e usá-lo para espancar nossos concorrentes, o que é usado por algumas empresas”. Em seguida, Musk fingiu tossir e disse: “Apple”.
Sem credenciais ambientais
A plataforma iOS da Apple é muito criticada por ser um “sistema fechado”, em que a fabricante tem controle total do que pode ou não ser instalado no iPhone, além de obrigar as empresas a utilizarem a sua App Store.
As críticas à Apple não pararam por aí. Elon Musk aproveitou o fato de que as baterias do Tesla não utilizarem cobalto e quase nada de produtos químicos a base de níquel para lembrar que a Apple (que se diz uma empresa sustentável) utiliza estes elementos em suas embalagens. No passado, o manuseio de cobalto foi associado a abusos dos direitos humanos. Elon Musk declarou: “Em uma base de média ponderada, podemos usar 2% de cobalto em comparação a, digamos, 100% de cobalto da Apple”.
Apple e Tesla tiveram disputas no passado, roubando funcionários uma da outra, quando a fabricante do iPhone e dos MacBooks planejava sua entrada no mercado de carros elétricos, chegando a contratar ex-funcionários da montadora de Musk. Na época, o executivo declarou que: “se você não consegue ficar na Tesla, vai trabalhar na Apple”.
Concorrência casada
Além das declarações de Elon Musk, os últimos dias foram marcados por outros agentes do mercado de tecnologia tecendo críticas à Apple e ao Google. Um documento vazado do processo da Epic Games contra o Google acusa as empresas de práticas conjuntas que fortalecem o seu duopólio de 99% do mercado de smartphones global.
Já o fundador do Telegram, Pavel Durov, acusou as empresas de contribuírem para a existência de spywares como o Pegasus, aplicativo utilizado pelo governo de Israel para espionar adversários ao redor do mundo. De acordo com o executivo, as empresas deixam fragilidades no Android e no iOS a pedido do governo dos Estados Unidos.
Via Mac Rumors
Imagem: Daniel Oberhaus/WikiMedia