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A política batizada de App Tracking Transparency (ATT), lançada pela Apple no fim de abril e implementada no iOS 14.5 para a maioria dos modelos de iPhones e iPads, com atualizações sobre a política de rastreamento de dados, foi um nocaute no modo de vida do Facebook. Um relatório divulgado pela Flurry Analytics revelou que apenas 4% dos usuários que atualizaram seus dispositivos mantiveram a permissão de rastreamento de dados para o aplicativo.

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Os dados foram compilados junto a 2,5 milhões de usuários de dispositivos Apple, principalmente nos Estados Unidos. Os números coletados indicaram que 96% das pessoas que já atualizaram seus iPhones ou iPads disseram “não, obrigado”, quando questionados por aplicativos, como o Facebook, se dariam permissão a eles para manter o rastreamento de dados.

O novo recurso do iOS 14.5 dá ainda mais poder ao usuário que não quiser sequer ser questionado pelos aplicativos se dá ou não a ele permissão para rastrear os dados. Basta acessar “Ajustes – Privacidade – Rastreamento” e, na sequência, desativar a opção “Permitir que os aplicativos solicitem rastreio”. O lado curioso da pesquisa da Flurry Analytics é que, segundo a consultoria, apenas 3% dos usuários dos Estados Unidos adotaram esse bloqueio total. O restante se contenta em dizer “não” todas as vezes em que a solicitação de rastreamento aparece na tela.

Imagem de gráfico mostra que

Apenas 3% dos usuários bloqueiam pedidos para rastreamento na configuração padrão (Reprodução/Flurry)

Impacto na publicidade

O bloqueio ao rastreamento de dados em aplicativos como Facebook e Instagram deu muita confusão envolvendo Mark Zuckerberg, dono de duas das redes sociais mais populares do mundo, e a Apple. E o motivo do bate-boca que já dura meses é bem claro: dinheiro. Afinal, tanto Facebook quanto Instagram (além de outros apps similares) usam o rastreamento de dados para impulsionar anúncios.

A indústria da publicidade móvel, de acordo com a Flurry Analytics, movimenta US$ 189 bilhões anuais em todo o planeta, e o poder dado aos usuários de produtos Apple, principalmente iPhones e iPads, poderá impactar negativamente esse segmento. Nos últimos anos, tanto o Facebook quanto o Instagram receberam lojas voltadas para pequenos comerciantes ou até mesmo usuários comuns que querem se desfazer de produtos. Nesse tipo de negócio o rastreamento de navegação pode ser fundamental para algumas das vendas. Atualmente cerca de 250 milhões de pessoas usam esse tipo de serviço nas redes sociais do grupo.

Zuckerberg, no entanto, depois de muito reclamar e ameaçar a Apple, resolveu dar um 180 em sua visão e afirmar que a nova política de rastreamento poderá até ajudar o Facebook no futuro. “Em comparação com as primeiras conversas que tivemos sobre como as pessoas usariam isso no Facebook, Instagram e nossos produtos, acho que isso é algo que está no caminho certo e será cada vez mais importante para as pessoas”, afirmou, em bate-papo recente no Clubhouse. Será que após o mais recente relatório ele seguirá pensando igual? (Pergunta retórica.)

Via GizBot

Imagem: Ronnie Chua/iStock