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A Apple lançou nesta segunda-feira (26/4) o iOS 14.5 para a maioria dos iPhones e iPads disponíveis no mercado. Entre as novidades, o sistema operacional vai permitir aos usuários decidirem se aplicativos como o Facebook poderão rastreá-los ou não. Uma mudança que expõe ainda mais as visões distintas de Tim Cook (CEO da Apple) e Mark Zuckerberg, do Facebook.

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Rivalidade vem da tecnologia de transparência no rastreamento dos apps

A tecnologia batizada de App Tracking Transparency (ATT) passa a exigir dos desenvolvedores de aplicativos que peçam autorização toda vez que coletarem algum dado do usuário. Esta autorização deve ser declarada fora do ambiente do aplicativo, por meio de um sistema popup.

A mudança, impacta diretamente no modelo de negócios de publicidade online do Facebook, cujo mecanismo é baseado no monitoramento comportamental dos usuários para a indicação de produtos que tenham a ver com os seus gostos. Entenda como funciona.

De acordo com o New York Times, o criador da Rede Social não está satisfeito com a postura protetiva da Apple em relação a privacidade dos usuários. Segundo a publicação, as empresas, que já tiveram um bom relacionamento, começaram a se distanciar em 2019, quando veio à tona os escândalos da Cambridge Analytica, empresa de Big Data responsável pela venda de informações de 50 milhões de usuários para empresas que administravam páginas de perfis eleitorais nos Estados Unidos, Reino Unido, Europa e até no Brasil.

Com achegada do novo iOS, o Facebook tornou este incomodo público. Em uma publicação no Facebook Business, a empresa declarou que: “as mudanças afetarão empresas que anunciam aplicativos para celular e as que usam eventos de conversão da web para fazer otimizações, relatórios e direcionamentos por meio de qualquer uma das ferramentas do Facebook”.

A publicação ainda alerta que: “à medida que mais usuários desativarem o rastreamento em dispositivos iOS 14, a personalização de anúncios e os relatórios de desempenho apresentarão limitações para eventos de conversão em aplicativos e na web”.

Tragédia anunciada

Apesar do descontentamento do Facebook, não dá para ignorar o fato de que as mudanças por parte da Apple não estavam previstas. Para Tim Cook, a privacidade dos dados é um direito fundamental do cidadão, ao posto que empresas de tecnologia não poderiam manipular as informações dos usuários como bem quiserem.

Nos últimos meses, o executivo vem tecendo duros comentários sobre a postura das Big Techs quando o assunto é privacidade e interferência nos acontecimentos ao redor do mundo. Em uma entrevista recente ao NY Times, em abril deste ano, o executivo não chegou a citar o Facebook, mas foi bem claro sobre seu descontentamento:

“Se uma empresa é construída com base na enganação de usuários, na exploração de dados, em escolhas que não são opções, ela não merece nosso elogio, ela merece ser reformada”, declarou.

Mudança nos planos do Facebook

Apesar do descontentamento, Mark Zuckerberg acredita que sua empresa saberá se adaptar. Em uma conversa recente no Clubhouse, sem revelar detalhes, o executivo destacou que o Facebook está em uma ótima posição para superar os desafios causados pelos novos termos de uso do iOS 14.5.

O CEO se refere aos novos produtos da empresa que envolvem plataformas de compras dentro do ambiente do Facebook e do Instagram, no qual marcas poderão listar os seus produtos e comercializá-los sem a necessidade de conversão de dados para outros ambientes.

A ideia é que o Facebook aproveite estas mudanças para fechar ainda mais o seu ecossistema, mantendo os usuários presos aos seus produtos. Isto vai além de compras, mas também envolve o consumo de conteúdo como vídeos, games e podcasts.

Via 9toMac

Foto: Tim Bennett/Unsplash