Um problema mencionado desde o início da pandemia da Covid-19 está tomando as rodas de discussões de executivos do mundo da tecnologia: a escassez geral de chips de celulares no mercado. Wang Xiang, presidente da Xiaomi, fez na última reunião da empresa uma previsão das consequências: quem vai pagar é o consumidor. Para ele, a Xiaomi deve segurar o máximo possível aumentos e seguir otimizando custos, mas alguns casos deverão levar a adoção dessa medida.
A pandemia deve continuar a afetar a produção de chips, que deverão ser produzidos em menores quantidades, e comercializados a preços mais elevados para as fabricantes. Assim, as empresas do setor não deverão arcar sozinhas com essa nova conta, repassando parte dos novos custos ao consumidor.
Nós estamos sentindo a pressão, mas estamos bem[…] seguiremos otimizando os custos dos nossos dispositivos.” — Wang Xiang, presidente da Xiaomi
Qualcomm já alerta para demanda do Snapdragon
Sendo assim, podemos esperar em 2021 que alguns dos próximos lançamentos cheguem a valores mais elevados, diminuindo o custo x benefício dos dispositivos. Por mais que Xiang tenha falado publicamente sobre o provável aumento de preços devido à escassez de chips, a Qualcomm já vinha comentando que deverá encontrar problemas para atender todos os pedidos que chegam ao seu conhecimento.
Para ser honesto, faremos o nosso melhor para seguir oferecendo o melhor preço ao consumidor. Mas às vezes teremos que repassar o aumento de custos para o cliente.”
Quem pode demorar a sentir mais o impacto é a Samsung, e também Apple. Os chips Exynos e Apple A são produzidos por elas mesmas. Como a Xiaomi é uma fiel cliente da Qualcomm — que fabrica os chips Snapdragon — deverá mesmo ser uma das primeiras a sentir esse impacto. Talvez esse medo tenha motivado ela a desenvolver seu próprio processador, que poderá ser anunciado em breve. Fato é que, por mais empolgantes que alguns lançamentos de 2021 possam ser, eles devem exigir cada vez mais do bolso do consumidor.
Via Reuters e XDA Developers