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Carregar um pendrive cheio de músicas no bolso para ouvir a qualquer momento foi um hábito muito comum nos anos 2000, mas que já ficou obsoleto com a chegada dos serviços de streaming de música. Essa prática de carregar suas músicas favoritas para todo lugar ganhou novos ares com os smartphones e, principalmente com o surgimento de apps como Spotify e seus concorrentes. Agora, é fácil criar playlists para compartilhar com os amigos, conhecer novos artistas e músicas e ouvir as canções favoritas mesmo sem acesso à internet.

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Porém, os iniciantes no ramo desse tipo de streaming podem se sentir um tanto perdidos com a quantidade de serviços disponíveis. Para te ajudar a entender um pouco mais sobre os principais apps do mercado e te ajudar a escolher um que se encaixe melhor no seu gosto musical e suas necessidades, realizei um review dos serviços Apple Music, Amazon Music, Deezer, Spotify e Tidal. E para isso, contei com a ajuda de dois grandes nomes do jornalismo cultural: Renan Guerra, que escreve para os sites Monkey Buzz e Scream & Yell dando suas opiniões acuradas e sensíveis sobre músicas e filmes, e Murilo Busolin, editor da coluna No Sofá do Estadão na qual aponta os principais hits da cultura pop também com bastante sensibilidade e dando alguns pitacos sobre o futuro dos hits.

Juntos, analisamos aspectos como usabilidade dos apps dentro da experiência mobile, oferta de conteúdos musicais, qualidade sonora e outros tópicos importantes sobre cada streaming. Confira as análises abaixo e conheça um pouco mais sobre os principais serviços do mercado.

Spotify – o popstar dos streamings

Lançado oficialmente em 2008, o Spotify teve um crescimento vertiginoso e se tornou um verdadeiro queridinho do mundo todo, alcançando recentemente os incríveis números de 158 milhões de assinantes e mais de 1 bilhão de downloads só na Play Store. De longe, é o serviço de streaming de música mais popular dentre os cinco analisados. Ao longo de seus 13 anos de vida, a plataforma foi se transformando para se adequar ao mercado e trazer melhorias aos usuários, sendo os planos mais recentes incluem novos meios de monetização e recurso HiFi para músicas com alta qualidade.

Dentre seus atributos, o primeiro que se nota é seu visual bonito e prático. Suas telas e detalhes são bem desenhados, carregando um estilo mais minimalista. Quanto à sua experiência de usuário, o app é bastante intuitivo, o que garante uma fluidez no uso. “Eu gosto muito de como consigo organizar as playlists com o toque, descendo e subindo canções”, comenta o jornalista Renan Guerra sobre uma das facilidades de uso do app no celular.

Sua ferramenta de busca oferece bons resultados na hora de procurar por um artista, música ou álbum, sendo dividida em abas que auxiliam nesse processo. Recentemente, o app passou a organizar as obras dos artistas separando singles de álbuns, o que tornou as experiências de procurar por canções ou de conhecer o trabalho do artista ainda melhor, conforme apontou Renan.

No quesito conteúdo, o Spotify tem um catálogo bastante extenso. É fácil encontrar músicas de qualquer lugar do mundo. Os mais aficionados por coleções completas podem encontrar dificuldades com alguns artistas, como é o caso de alguns nomes icônicos da MPB que ainda não possuem todas as obras na livraria do app, mas isso também vem sendo resolvido. Mas no geral a oferta de canções supre bem os diversos gostos musicais. Além disso, o Spotify também possui um espaço para podcasts de todos os temas e possui funcionalidades que agradam os fãs do formato, como o aviso de novos episódios na página inicial, a marcação de quais programas o usuário já ouviu e até salvar o ponto em que a audição foi interrompida. “São coisas simples, mas que funcionam bem” comentou Renan sobre os recursos.

O ponto negativo do Spotify está na qualidade de áudio que oferece. As músicas estão em formato comprimido, o que gera perdas sensíveis no momento de escutar reverberações, notas mais graves ou agudíssimas e outros detalhes que os audiófilos levam em conta. Também possui uma experiência de uso ruim nas versões do app para computador e televisão.

Amazon Music – o conglomerado de serviços

O Amazon Music Unlimited é mais um dos serviços do grande conglomerado de Jeff Bezos, que inclui streamings de filmes e séries no pacote Amazon Prime. Inclusive, essa facilidade de ter diversos serviços em uma única conta da mesma empresa é o que atrai os usuários da plataforma, como foi o caso do Renan Guerra. O streaming começou em 2008, quando ainda era Amazon MP3, e transformou-se no modelo atual com o passar do tempo.

Esteticamente, o app não agrada muito. Existem ícones para tudo e eles são grandes, somando ao texto em tipografia também grande, o resultado é um certo cansaço do olhar e um afastamento. Além disso, ao usar o app pela primeira vez, alguns pop-ups vão interromper sua navegação para te fornecer dicas de informações que ocupam a tela toda do celular, em alguns casos até extrapolando a tela e ficando difícil de ler.

Ainda assim, a interface consegue ser intuitiva para alguns recursos básicos, como criar playlists ou modificar a lista de reprodução, mas alguns obstáculos rompem essa fluidez. “As bibliotecas e as páginas dos artistas são meio bagunçadas. É difícil navegar entre disco-artista-discografia”, comenta Renan Guerra. Outro ponto negativo é seu sistema de busca que oferece resultados medianos e, algumas vezes, bagunçados.

Quanto à oferta de conteúdo, a plataforma tem uma quantidade generosa de músicas em seu catálogo. OS fãs de grandes nomes da MPB podem encontrar álbuns que não estão em outras plataformas, ao passo que os ouvintes de artistas mais alternativos podem não encontrar todas as músicas que desejam. Questão similar se encontra no catálogo de podcasts, que possui uma oferta dos mais populares, e sendo difícil encontrar programas menores.

Por fim, o Amazon Music oferece músicas em alta qualidade no plano convencional, o que é um atrativo da plataforma, mas por enquanto, só lá fora. Para os norte-americanos, é possível configurar como as músicas serão tocadas em qualidade HiFi ou menor, para poder controlar o uso de dados (fato que se repete nos demais serviços com áudio em alta qualidade).

Apple Music – nos moldes do iPhone

A Apple entrou um tanto tardiamente no mercado de streaming de música, lançando o Apple Music em 2015. Antes disso, os usuários da marca precisavam comprar faixas individuais ou álbuns completos pelo iTunes, um processo que não era nada prático. Mesmo entrando com atraso para o ramo do streaming de música, a plataforma cresceu bastante nesses 6 anos, alcançando mais de 72 milhões de usuários e oferecendo mais de 70 milhões de músicas (número compartilhado com a maioria dos serviços).

O app é bonito visualmente, porém é um pouco complicado de usar. Os usuários de outros recursos da Apple podem se acostumar mais facilmente aos mecanismos, mas aqueles que migraram do Android podem sentir uma certa dificuldade inicial, o que foi sentido também pelo jornalista Murilo Busolin que comentou “eu acho difícil para procurar certas playlists, também acho difícil criar uma playlist porque os botões não são de fácil acesso, montar a lista de reprodução também confunde um pouco”. Outro ponto negativo da usabilidade é que a localização da ferramenta de busca de músicas e artistas para ouvir, item principal em um serviço de streaming do gênero, é o último ícone da barra inferior, enquanto o primeiro é Ouvir Agora que traz playlists prontas e indicações de artistas, o que pode gerar confusão.

Mesmo estando por último, o recurso de busca por músicas ou artistas é bastante preciso e organizado, possuindo abas que auxiliam na hora de encontrar o resultado. Contudo, essa organização pode cair por terra quando se acessa a página de alguns artistas. O conteúdo está organizado em diversas sessões, mas alguns existem alguns itens fora do lugar (como é o caso do álbum Post da Björk que está erroneamente na sessão de coletâneas da artista).

Superados esses problemas, a experiência de ouvir música no aplicativo se torna bastante interessante por dois motivos. O primeiro é a possibilidade de acompanhar a letra da música e poder voltar a um determinado trecho tocando na letra. Quer retornar ao refrão? Deslize pela letra e toque na estrofe inicial que a música começa a tocar desse ponto em diante. Atualmente, essa ferramenta foi atualizada e permite compartilhar um trecho da canção nas redes sociais.

Outro ponto importante na audição pelo Apple Music é a qualidade do áudio, motivo que levou o Murilo a migrar para o Apple Music. O app entrega músicas em altíssima qualidade (e tem mais melhorias por vir) e não precisa ter um super ouvido para identificar isso. No meu caso, só pude ouvir alguns backing vocals bastante de fundo e outros elementos musicais de algumas músicas quando pude ouvir no Apple Music. E a experiência sonora é ampliada quando se usa o streaming com fone de ouvido, como também aponta Murilo.

Deezer – pioneiro no streaming de música

O serviço de streaming de música foi um dos primeiros a ser lançado no mercado, fato que ocorreu em 2007. Em seus 14 anos de existência, o app cresceu, mas não tanto quanto outros lançados bem mais tarde, alcançando a faixa atual de 16 milhões de usuários ativos (sem precisar o número de assinantes).

No aspecto estético, o Deezer é mediano. Sua usabilidade é baseada em menus, a maioria dos recursos, como adicionar uma música a uma playlist ou à lista de reprodução entre outros, se encontra no menu que se abre naqueles famosos três pontinhos. O que apesar de fácil, não é muito prático já que poderia ter uma opção visual para isso. Inclusive, talvez por ser usuário de outro serviço, tive dificuldades de entender o que era o Flow (recurso de playlist gerado por algoritmo) e onde encontrá-lo.

O sistema de busca peca por dar foco nas músicas. Se você procurar o nome de um artista, os primeiros resultados que aparecerão podem ser canções ou álbuns e não a página do cantor, o que não é interessante. Ainda assim, é separado por abas que podem ajudar a contornar esse problema.

A oferta de músicas e podcasts é boa, é possível encontrar artistas mais populares, até regionais e aqueles mais independentes, bem como podcasts grandes e os que contam com menos ouvintes. O streaming oferece músicas em alta qualidade e possui sistema de acompanhar a letra das músicas, podendo avançar ou voltar na canção ao tocar em determinada estrofe. Outra ferramenta interessante que a plataforma oferece é o Music Catcher, um sistema que reconhece músicas tocadas no ambiente.

Outro ponto positivo do Deezer é que a plataforma possui parceria com a Globoplay e com a Tim. Em cada parceria, os usuários ganham algum tipo de benefício quanto ao uso do app, o que pode ser interessante para quem já é cliente dessas outas marcas.

Tidal – chique e poderoso

O serviço de streaming Tidal foi lançado em 2014 pela empresa sueca Aspiro, mas só ganhou relevância mundial quando foi adquirido pelo rapper norte americano Jay-Z no mesmo ano. Nas mãos do cantor, a plataforma cresceu e hoje já conta com mais de 70 milhões de músicas e 250 mil vídeos. Um dos fatores de sucesso da empresa é que ela conta com sócios como Beyoncé, Rihanna e Madonna. Além disso, o Tidal é conhecido como o serviço que melhor paga os artistas por número de audições das músicas.

E Jay-Z, que também é dono de uma grife de moda, investiu para que o app fosse sofisticado. Seu visual é um dos mais elegantes, e o design foi pensado de forma a orientar novos usuários com tutoriais minimalistas em forma de animações que surgem conforme o usuário vai utilizando o app pela primeira vez. Isso torna a experiência mais próxima e fácil.

De fato, o Tidal é um app simples de usar. Os botões são intuitivos e, com auxílio do tutorial visual, é fácil aprender como funcionam as ferramentas de adicionar a favoritos, criar playlists, organizar a lista de reprodução entre outros recursos. A pesquisa por artistas é bastante precisa e possui abas para organizar os tópicos, como os demais apps. Além disso, a plataforma de streaming possui um espaço só para videoclipes dos artistas, que podem ser assistidos na horizontal.

No quesito conteúdo, o Tidal pode oferecer algumas dificuldades para quem gosta de músicas de artistas mais independentes e que estão começando a carreira, principalmente se forem brasileiros. Além disso, a oferta de podcasts é bastante limitada, tanto na quantidade quanto nos temas. Mas esses são um dos poucos pontos negativos do app.

Outro elemento de sofisticação do Tidal é seu foco em músicas de alta qualidade. O app oferece tanto músicas na qualidade HiFi, que já apresenta um padrão elevado de audição, como também é o único a oferecer o formato Master, que é aquele registrado pela gravadora ou antes de ser comprimido em outros formatos portáteis. Contudo, para ter acesso aos padrões HiFi e Master é preciso pagar um plano mais caro.

Veredito

Após dissecar os cinco principais serviços de streaming de música do mercado, ainda é difícil apontar qual deles é o melhor, já que cada app se adequa melhor a determinados perfis de usuário. Contudo, é possível fazer um apontamento quanto às análises realizadas e um comparativo de benefícios que o streaming pode oferecer aos usuários.

Para quem não se importa muito com música em alta qualidade, apenas procura um sistema que permita desfrutar de seus álbuns favoritos em qualquer lugar de forma prática e barata, o Spotify realmente é o mais interessante dos apps. Sua biblioteca extensa, aliada a sua usabilidade intuitiva e prática fazem do app uma boa escolha, fator contemplado pelo preço da assinatura. Agora, se você é não abre mão de ouvir todos os detalhes de cada canção com qualidade, o Apple Music pode ser a melhor escolha. Mesmo que haja uma certa dificuldade inicial para se adaptar ao app, a experiência de audição é realmente muito boa e o preço para se ter essa qualidade de som é justo.

Imagem: Harbucks/iStock