Curioso como não ouvimos falar muito do Android One recentemente. Surgido em 2014 para elaborar smartphones de qualidade, a iniciativa mudou em 2017 para a criação de interfaces básicas modificáveis pelas montadoras. E embora o Google prometera dois anos de atualização para os aparelhos desta linha, o prazo se esgotou. Desde então, ficou estranhamente calada.
Uma olhada breve no site do Android One mostrará que o “smartphone mais recente” dentro do programa de desenvolvimento é o Nokia 5.3. O intermediário, que embora chegou no Brasil em novembro do ano passado, teve seu lançamento ainda em março. A Motorola também investiu na linha One, mas só em alguns mercados, como o Brasil.
E enquanto os desenvolvedores seguem atualizando os seus aparelhos para o Android 11, não há muitas novidades para os aparelhos desta linha. Será que já dá pra decretar o triste fim do Android One?
Mas afinal, o que é o Android One?
Conforme mencionado anteriormente, o Android One teve uma trajetória turbulenta. O Google criou o projeto em 2014, com o objetivo de levar smartphones acessíveis ao próximo bilhão de usuários. Com isto, a empresa mirava especificamente em países como Paquistão e Filipinas. Com o passar dos anos, passou a estender esta proposta para países como Japão, Estados Unidos e, claro, o Brasil.
Parte do diferencial destes aparelhos estava em suas estruturas, voltadas aos segmentos de entrada e intermediário. No entanto, o futuro do aparelho prometia uma nova filosofia de desenvolvimento no mínimo interessante: os aparelhos One viriam com versões mais leves e compactas dos apps do Google direto de fábrica, e sem bloatwares. A proposta, eventualmente, veio a ficar muito parecida com o Android Go, mas também lembra os planos do Google com o Pixel.
Outra das promessas do Google para a linha Android One era a de que os aparelhos receberiam atualizações constantes em seu sistema operacional, o que eventualmente ficou só na palavra mesmo. Em 2017, a empresa modificou a proposta do programa, que passou a oferecer uma arquitetura eficiente que seus parceiros desenvolvessem seus próprios smartphones. HTC e Motorola aderiram fortemente ao modelo.
Triste fim ou futuro nebuloso?
Em 2018, o Google modificou silenciosamente o futuro do Android One. Enquanto anteriormente a empresa prometia até dois anos de atualizações do sistema operacional Android para aparelhos One, voltou atrás tempos depois. Ao invés disso, passou a prometer pelo menos dois anos de atualizações para os aparelhos One. E bem, o prazo se cumpriu ano passado.
Em entrevista a um editor da Computer World, um representante do Google respondeu sobre a falta de novidades no projeto. A empresa confirmou que o Android One ainda está vivo, mas não disse muito mais sobre isso:
“O Android One é um programa vivo que continua a crescer a cada lançamento de sucesso. Novos aparelhos que se enquadram nos altos requisitos de software estabelecidos pelo Google poderão participar do programa no futuro. E como antes, estes aparelhos vêm com proteções integradas em cada camada, atualizações constantes, e uma interface simples e livre de aplicativos duplicados. Enquanto não temos nada para anunciar acerca do futuro do programa Android One hoje, continuaremos a trabalhar com nossos parceiros para trazer ótimos aparelhos Android ao mercado.”
A confirmação, embora diga que o programa está vivo, parece contradizer o estado atual do Android One. Mais ainda, os aparelhos Android destacados no final da frase podem não ser da linha experimental do Google, já que a empresa está trabalhando na linha “a” do Pixel por um bom tempo, e o smartphone possui características muito similares ao projeto do One. Se isso é o prenúncio do fim ou não, o negócio é esperar e ver.
Via India Today e Notebook Check