Está pensando em trocar de smartphone? Uma das principais dúvidas nesse momento é quanto tempo dura um celular. Afinal, ninguém quer pagar caro por um produto que não vai durar. Na realidade atual do mercado as escolhas devem ser feitas com muita sabedoria, pois os preços nunca estiveram tão altos.
Sendo assim, o que ter em mente antes de escolher seu próximo aparelho? São muitos os fatores determinantes para responder a essa pergunta. Por exemplo, a fabricante oferece boa cobertura de assistência técnica? Um bom cronograma de atualizações? Qual é a reputação dessa marca no mercado? Essas e outras dúvidas são comuns, e buscaremos respondê-las para, a partir disso, estimarmos quanto tempo dura um celular.
A importância da garantia e do pós-venda
Aparelho de entrada, intermediário, ou top de linha: não importa qual tipo de smartphone você irá comprar. No Brasil, toda marca precisa dar um ano de garantia para cobrir defeitos de fabricação. Assim, de cara podemos afirmar que a duração mínima de um celular é de um ano. Em condições especiais de compra é possível dobrar o tempo de garantia, indo para dois anos. Nesse prazo maior entram outras variáveis para calcular se o dispositivo ainda será uma boa companhia, como destrincharemos mais à frente.
Antes disso, é importante verificar se perto da sua residência há um centro autorizado de reparos, e qual é a reputação da fabricante nesse sentido. Hoje em dia ninguém aguenta ficar semanas longe do aparelho. É importante se certificar que o pós-venda funciona bem para prestar auxílios urgentes para o pleno funcionamento do smartphone.
Tipo de celular comprado
Quanto tempo dura um celular também depende bastante de quanto você gastou nele, certo? Por exemplo, um produto de entrada tem duas grandes desvantagens: os cuidados na construção não são os melhores, e a sua performance não é estável a longo prazo. Assim, um aparelho na faixa dos R$ 1 mil terá na grande maioria das vezes uma tela com poucas proteções a riscos e danos, nenhuma certificação para contato com água e outros, o que pode levar a uma morte a curto prazo.
Já sobre o poder de fogo desse tipo de celular ele é calculado para atender a demanda de um consumidor menos exigente, como navegação na internet e redes sociais. Jogos podem ser desde o princípio um perrengue. Ao lado de apps mais complexos, então, engasgos poderão ser percebidos a médio prazo. Isso, para alguns, é determinante para decidir que chegou a hora de mudar de dispositivo.
Com toda certeza celulares intermediários são mais interessantes sob esse aspecto: eles aliam uma construção mais robusta a um processamento melhor. São, claro, mais caros, e vão durar mais que um dispositivo de entrada. Isso porque há maior cuidado com o corpo do aparelho, e por algumas vezes certificações que garantem o bom funcionamento após quedas ou mergulhos inesperados.
Processadores e câmeras: pontos fundamentais
Os processadores competentes nesse segmento garantem um período inicial tranquilo para o usuário, e uma experiência de longo prazo que se sustenta para o básico e também alguns usos mais intensos, como jogos. O multi-tarefas talvez seja o recurso mais prejudicado com o tempo, uma vez que conforme os aplicativos demandem mais memória RAM, menos softwares o aparelho poderá segurar em segundo plano.
Outro aspecto desse tipo de smartphone é que as câmeras costumam ser um destaque. Hoje a maioria tem três ou quatro lentes, dando enorme versatilidade na hora dos registros. A qualidade pode não se igualar a um aparelho flagship, mas deve sustentar a experiência por alguns anos.
Por último, temos os tops de linha, esses que no Brasil estão chegando a preços iniciais que muitas vezes ultrapassam os R$ 5 mil. Todas as áreas que são deficitárias em um aparelho de entrada aqui se tornam vantagens: há enorme cuidado com a construção dos dispositivos e os processadores mais modernos do mercado para garantir performance de folga.
Muitas vezes um flagship traz proteção à prova d’água e tela Gorila Glass, ou com algum outro tipo de proteção para o vidro do display. Além disso, câmeras costumam oferecer o suprassumo da tecnologia disponível até então. Por exemplo, o zoom ótico é uma característica que até hoje se encontra restrita a produtos de alto desempenho, assim como modos noturnos avançados. Até que outros segmentos avancem nesse sentido, o usuário com um top de linha seguirá por anos sentindo que tem o melhor disponível para capturar fotos.
Atenção à bateria
Um calcanhar de aquiles que afeta quanto tempo pode durar um celular é a bateria de lítio. Não há como fugir dela, e por muitas vezes efeitos indesejados ocorrem, como a perda de capacidade depois do primeiro ano. Elas são projetadas para segurar cerca de três mil recargas, mas bem antes disso o usuário poderá sentir um desgaste crítico.
Sendo assim, é interessante verificar mesmo antes da compra a capacidade em mAh do aparelho. Quanto mais mAh, mais autonomia (no geral). E quanto mais autonomia, mais tempo longe da tomada. Podemos compreender, então, que muito provavelmente um dispositivo com capacidade de 3500 mAh exigirá uma troca de bateria antes de um com 5000 mAh. Para toda regra, porém, há exceções.
Talvez o aspecto mais interessante a ser observado sejam as políticas da fabricante para esse tipo de serviço. É fácil solicitar uma troca em uma loja credenciada? Os custos são muito elevados? A empresa mantém peças de reposição para os seus lançamentos a longo prazo? Saiba também como fazer a bateria do seu smartphone durar mais tempo.
Sistema operacional e atualizações
Pronto: você navegou pela maioria dos aspectos mais importantes que determinam quanto tempo dura um celular. Agora chegou a hora de falarmos sobre políticas de atualizações para sistemas operacionais, pois isso é determinante para a vida de qualquer aparelho do mercado. De nada adianta ter um produto que não recebe atenção com patches de segurança e mesmo novos recursos. Pegar aparelhos de empresas que trabalham dessa forma é um caminho para sentenciar muito cedo seu próximo smartphone.
Isto dito, um caminho fácil para quem deseja comprar um top de linha é optar pela Apple. A empresa é a única no mercado hoje que oferece cinco anos de atualização para os seus dispositivos, e como todos são flagships, passam por bons cuidados de construção do corpo e hardware.
No universo Android é necessário mais pesquisa, pois cada empresa age à sua própria maneira. A Samsung talvez seja o maior destaque no segmento, oferecendo atualmente três anos de atualizações de Android para seus tops de linha e intermediários mais populares. Além disso, são quatro anos de patches mensais de segurança. A maioria das marcas, porém, não se pronuncia publicamente sobre o assunto, praticando políticas diferentes dependendo de cada aparelho (como se pesquisar por políticas de marcas em si já não demandasse esforço suficiente).
Celulares no programa Android One contam com pelo menos duas atualizações do Android e três anos de patches de segurança. Infelizmente o projeto vem caindo em desuso, então praticamente apenas os celulares do próprio Google estão inseridos aqui.
Quanto tempo dura um celular?
Resumindo, como você pôde acompanhar, é muito complexo chegar a uma resposta definitiva sobre o assunto, mas as dicas aqui podem ajudá-lo a comprar um celular que vai te acompanhar por muito tempo. Mas de forma geral, não espere ir muito longe com um celular de entrada. Ele não é construído para aguentar o tranco dos aplicativos após um ano e meio, no geral. Um intermediário pode te surpreender, passando dos dois ou três anos apresentando um bom desempenho e poucas marcas de uso, e certamente um top de linha pode ser utilizado por quatro ou mais anos, se bem suportado com atualizações por parte da fabricante.
Imagem: Wendy Wei/Pexels