Quando se fala em cybercrime, as pessoas imaginam técnicas avançadas de ataques lançados de salas escuras. Mas os criminosos se contentam com o low tech: a porta de entrada do cybercrime mais comum do mundo continua sendo o email. Um relatório da empresa de cibersegurança Trend Micro aponta que ataques com emails maliciosos catapultaram em 2020, o que corresponde a um aumento de 32% em comparação ao ano anterior.
A empresa detectou a presença de 1,2 milhões de emails com alguma espécie de malware que poderiam chegar às caixas de entrada dos usuários – um aumento de 16% em relação a 2019. As modalidades mais comuns de comprometimento envolviam Emotet e Trickbots, duas espécies de trojan bancários capazes de roubar desde dados altamente pessoais até bitcoins. Os mesmos ataques poderiam ser porta de entrada para ransomwares, em que o acesso a dados do computador é “sequestrado” em troca de pagamento.
A Trend Micro detectou também um aumento anual de 19% em emails de phishing (convidar a entrar e dar informações num site falso), chegando a 6,9 milhões. Deste total, 5,5 milhões de tentativas de golpe almejavam o roubo de credenciais, com os criminosos entrando em contato de volta via telefone para complementar o processo.
Isso se refere a ataques e cybercrimes sofridos por pessoas comuns. Ataques voltados à corporações tiveram uma redução de 18% em comparação ao ano anterior. Entretanto, isso não é necessariamente um ponto positivo, já que os ataques que tiveram sucesso causaram um prejuízo de até 48% entre o primeiro e o segundo semestre de 2020.
Segundo o relatório, o cybercrime mais comum do momento também envolve, de alguma forma, a Covid-19. Isso não é exatamente surpresa, já que golpes de phishing prometendo vacinas chegam até pelo WhatsApp. Órgãos federais, bem como empresas como Netflix, são usadas como fachada para estes emails, que tentam coletar dados monetizáveis de alguma forma – seja personificando, seja entrando em contas bancárias da vítima.
Via TechRadar
Imagem: Sora Shimazaki (Pexels)