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Recentemente a Apple anunciou uma nova política de privacidade para seus serviços. O foco é impedir aplicativos de rastrear a navegação do usuário sem uma autorização bem explícita. A medida foi duramente criticada por quem vive justamente de vender anúncios baseados em dados do usuário. O Facebook chegou a dizer que a empresa estava acabando com a “internet livre”. Já o Google demorou para atualizar seus aplicativos na loja da Apple e, numa disputa que tem a ver, está ameaçando sair da Austrália por conta de leis baseadas na ideia que seu sistema de anúncios está monopolizando o mercado.

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É uma imensa surpresa, assim, que o Google pode estar estudando implementar uma política anti-tracking no Android parecida com a Apple.

O dilema do Google

De acordo com uma reportagem da Bloomberg, a gigante das buscas estaria entendendo que há uma nova demanda por privacidade na internet e que precisa se adequar a isso. A empresa não adotaria uma regra tão rígida quanto a da fabricante do iPhone, mas ainda sim limitariam de alguma forma o rastreamento de dados dos usuários entre os aplicativos.

O grande dilema do Google é justamente o fato de boa parte das receitas da companhia vir de anúncios direcionados, ou seja, uma política anti-tracking provavelmente iria prejudicar o negócios. Portanto, a Alphabet Inc., a dona do Google, estaria sendo bastante cautelosa nos estudos para lançar a nova política de privacidade. Cerca de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 520 bi) é a fatia que a companhia recebe com esse tipo de publicidade.

O entendimento é que com a iniciativa da Apple, vai haver uma maior pressão política e do público para que o Android se torne um ambiente menos rastreável, e o Google quer se adiantar a isso.

Ainda sim, o Google ainda não decidiu quando vai implementar essa nova regra anti-tracking, o projeto ainda está em fases iniciais e é provável que não seja tão rígido como o da Apple, que vai necessitar de uma autorização do usuário para coletar os dados.

Um exemplo disso pode ser visto no Chrome. Há algum tempo a empresa afirmou que tinha um plano para excluir cookies de sites de terceiros dentro do navegador. O prazo para isso era de dois anos e recendente o Google disse que o objetivo ainda é mantido.

Mudança menos radical

Segundo o levantado, o Google pode criar um sistema onde as marcas apenas consigam direcionar publicidade para grupos de pessoas com interesses em comum e não mais para indivíduos específicos. Ou seja, a navegação ainda vai ser rastreável, mas em um grau menor do que ocorre atualmente.

“Estamos sempre procurando maneiras de trabalhar com desenvolvedores para elevar o nível de privacidade e, ao mesmo tempo, possibilitar um ecossistema de aplicativos saudável e com suporte de anúncios”, informou a empresa por meio de nota.

Além do Facebook, o próprio Google se posicionou sobre a nova política anti-tracking da Apple, mas de uma forma bem menos agressiva. Em uma postagem em seu blog oficial, a empresa disse que a mudança vai afetar diretamente o sistema de métricas e visibilidade de anúncio e que os desenvolvedores terão “um impacto significativo em suas receitas de anúncios do Google no iOS depois que as políticas da Apple entrarem em vigor”.

A megacorporação ainda garantiu que vai cumprir a determinação da Apple e não vai mais rastrear informações de navegação através de seus apps no iPhone sem autorização do usuário. “Estamos trabalhando muito para entender e cumprir as diretrizes da Apple para todos os nossos aplicativos na App Store”, completa o texto.

Via Bloomberg

Imagem: Hocus-Focus via iStock