Bola da vez no Brasil e em outros países, a discussão sobre o compartilhamento de dados de usuários do Facebook com o WhatsApp chegou à Alemanha, que nesta quarta-feira (12/05) informou que está em vigor uma determinação que proíbe a nova política desejada pela empresa de Marck Zuckerberg envolvendo as duas plataformas. A decisão tomada pelo Comissário de Hamburgo para Proteção de Dados e Liberdade de Informação (HmbBfDI) foi expedida por meio de uma liminar assinada por Johannes Caspar, principal representante do órgão regulatório do país europeu.
“O pedido visa ao resguardo dos direitos e da liberdade de muitos milhões de usuários em toda a Alemanha que dão seu consentimento aos termos de uso. A crítica global aos novos termos de uso deve dar origem a um repensar fundamental do mecanismo de consentimento. Sem a confiança dos usuários, nenhum modelo de negócios baseado em dados pode ter sucesso a longo prazo”, disparou Caspar, em entrevista para a CNBC.
O representante do órgão regulador da Alemanha responsável pela determinação que proíbe o Facebook de processar e compartilhar dados pessoais lembrou do recente escândalo envolvendo o vazamento de dados de mais de 500 milhões de usuários da rede social de Mark Zuckerberg para embasar seu pedido. “Esse escândalo ilustrou com exatidão a escala dos perigos representados por perfis em massa. Meu objetivo é evitar desvantagens e danos associados a esse procedimento”, reforçou.
Facebook quer ignorar proibição
No que depender dos representantes do Facebook, no entanto, a determinação não será seguida. A plataforma, que conta com milhões de usuários em todo o país, tratou o assunto como um grande mal-entendido.
“Nossa atualização recente explica as opções que as pessoas têm para enviar mensagens para uma empresa no WhatsApp, e fornece mais transparência sobre como coletamos e usamos os dados. Como as afirmações do órgão de Hamburgo estão erradas, o pedido não afetará a implementação contínua da atualização. Continuamos totalmente comprometidos em fornecer comunicações seguras e privadas para todos”, resumiu um porta-voz da empresa, também ao site da CNBC.
Vale lembrar que, desde 2018, o Facebook e outras empresas online estão sujeitas ao Regulamento Geral de Proteção de Dados (GPDR) da União Europeia. O desejo de Johannes Caspar é que a determinação que proíbe o Facebook de processar e compartilhar dados pessoais dos usuários seja válida na Alemanha por, pelo menos, três meses, até que todos os 27 membros do bloco da União Europeia possam emitir um parecer sobre o caso.
Via Gadgets 360
Imagem: Robert Cheaib/Pixabay/CC