O distrito de Oakland, na Califórnia, começou a receber nesta segunda-feira (03/05) os argumentos dos advogados da Apple e da Epic em uma disputa judicial que promete esquentar os tribunais nos Estados Unidos. A Epic Games tenta convencer a juíza Yvonne Gonzalez Rogers, destacada para o caso, de que a Apple aplica práticas anticompetitivas e monopolísticas na App Store, sua loja de aplicativos.
A briga que hoje está nos tribunais começou em agosto do ano passado, quando a Apple resolveu remover da sua plataforma o jogo Fortnite, sob a alegação de que a Epic teria inserido, de maneira ilícita, uma opção de pagamento direto via aplicativo, violando as normas existentes para terceiros na App Store. Essas regras determinam que empresas de fora usem o sistema nativo da Apple para pagamentos e, além disso, paguem uma taxa de 30% sobre as negociações.
Nesta terça (04/05), a advogada da Apple, Karen Dunn, foi taxativa, e até um pouco sarcástica, ao argumentar contra o posicionamento da Epic sobre as acusações de monopólios e práticas anticompetitivas. “A Epic quer que sejamos Android, mas não queremos ser, e nossos consumidores também não querem isso”. A afirmação de Dunn é uma alusão ao sistema operacional do Google, que permite o sideload de aplicativos fora da Google Play Store em dispositivos Android.
Resposta da Epic
Tim Sweeney, CEO da Epic Games, (que já processou o Google na Austrália) deu seu depoimento nesta terça-feira e alegou que, ao introduzir a opção de pagamento direto no game Fortnite quis “mostrar aos consumidores que a Apple exerce controle total sobre o iOS e os softwares disponíveis na plataforma”. O argumento já havia sido utilizado pela empresa antes da disputa chegar aos tribunais, mas não foi aceito pela Apple, que mantém o game fora da App Store.
De acordo com Daniel Ives, analista do banco de investimentos Wedbush, o movimento da Epic sobre a Apple foi arriscado, e a vitória nos tribunais é improvável. Segundo a análise do especialista, a Apple e seus negócios voltados para a loja de aplicativos são “sólidos como uma fortaleza”, e a estrutura se manterá sólida, independentemente do barulho gerado pela batalha judicial. A expectativa é que o julgamento dure em torno de três semanas, com executivos como o próprio Tim Cook, CEO da Apple, marcando presença nos depoimentos.
Via Mac Rumors
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