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O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, disse nesta quinta-feira (25/03), em depoimento ao Comitê de Energia e Comércio dos EUA, que a empresa não pode ser responsabilizada pela invasão do Capitólio, no início de janeiro. A frase foi dita durante uma sessão que investigou a contribuição das big techs – especialmente Facebook, Twitter e Google – para a proliferação de conteúdo enganoso no país.

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Em sua declaração de abertura, Zuckerberg afirmou que o Facebook “fez sua parte” para proteger o pleito presidencial americano, atribuindo o ambiente de desinformação ao ex-presidente Donald Trump. “Acredito que o ex-presidente é responsável pelas suas palavras e que as pessoas que infringiram a lei devem ser responsáveis por suas ações”, disse.

O executivo também tergiversou quando questionado se o Facebook possui alguma responsabilidade sobre a campanha “Stop the Steal”, que promoveu dezenas de comícios nos EUA disseminando denúncias falsas sobre a eleição. “A responsabilidade é das pessoas que agiram para quebrar a lei e fazer a insurreição”, afirmou Zuckerberg. “Em segundo lugar, também das pessoas que espalham esse conteúdo, não apenas o presidente, mas outros também, todo tempo com a mesma retórica, dizendo que a eleição foi fraudada e incentivando as pessoas a se organizar. Essas pessoas têm fundamental responsabilidade.”

Cinismo e respostas evasivas

Um dos congressistas presentes na sessão, Mike Doyle, do Partido Democrata, não aceitou a versão de Zuckerberg. Para o político, o Facebook contribuiu para “inflar” a retórica dos extremistas, que usaram a plataforma para os estágios de “recrutamento, planejamento e execução” do ataque. Zuckerberg, porém, voltou a desconversar, limitando-se a uma resposta evasiva sobre os acontecimentos que levaram à invasão do Capitólio.

“Com certeza, havia conteúdo [extremista] em nossos serviços. E nesse sentido precisamos trabalhar mais para melhorar a eficácia da nossa moderação”, disse o executivo.

O furo no depoimento (um tanto cínico) de Zuckerberg é que o Facebook pouco fez para conter a crescente adesão de perfis ao movimento “Stop the Steal” e, pior, a comunicação dos extremistas, que utilizaram a rede social para procurar seus alvos da Câmara durante a invasão do Capitólio. Em um outro episódio difícil, o Facebook também foi utilizado no ano passado por membros da mílicia “Wolverine Watchmen”, acusados de elaborar um esquema para sequestrar a governadora democrata de Michigan, Gretchen Whitmer.

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Via Tech Crunch

Foto: Divulgação/Wikimedia Commons