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Alguém lembra do Napster? O app que acabou com a indústria musical na virada do milênio? O grande algoz das gravadoras e pai do streaming de música? Ele voltou! Ou ao menos voltou a ser listado no mercado financeiro. Após quase 22 anos, o app que foi comprado pela empresa de transmissão de shows e eventos em realidade Virtual MelodyVr, em 2020, por aproximadamente US$ 70 milhões (R$ 365 mi), se prepara para fazer sua estreia na bolsa de valores de Londres no final de fevereiro.

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De acordo com a MelodyVR, a ideia é entrar no mercado de investimentos alternativos a partir de 26 de fevereiro para arrecadar cerca de £ 10 milhões (R$ 73 milhões) e expandir a sua atuação no ramo do streaming. O período também coincide com a assembleia geral de investidores marcada para votar a mudança do nome da empresa para Napster.

A estimativa é que, juntos, o valor de mercado da MelodyVR/Napster seja de aproximadamente £ 100 milhões (libras), cerca de R$ 733 milhões.

Jogada de mestre

O interesse da MelodyVR na marca está no peso do seu legado. No início dos anos 2000, o Napster foi um serviço de compartilhamento de dados P2P que transformou o mercado de música no que conhecemos. Se não fosse pela sua tecnologia, não teríamos visto a popularização do formato mp3, tampouco o conceito de compartilhamento do modo como é difundido na cultura digital de hoje.

A empresa pagou caro pela inovação, sofrendo com uma série de processos de artistas e gravadoras pela violação de direitos autorais que acabaram resultando no seu fim. Entre os casos mais conhecidos está o processo movido pelo baterista do Metallica Lars Ulrich pelo compartilhamento indevido das canções da banda pela empresa.

Lars Ulrich, baterista e líder da banda Metallica foi um dos artistas que encabeçaram a cruzada contra o Napster no início dos anos 2000. Foto: Ralph Arvesen/Wiki Commons

Lars Ulrich, baterista e líder da banda Metallica foi um dos artistas que encabeçaram a cruzada contra o Napster no início dos anos 2000. Foto: Ralph Arvesen/Wikimedia Commons/CC

Anos depois, o Napster voltou ao mercado como um aplicativo de streaming da  rede Rhapsody International, figurando como um concorrente de plataformas como o Spotify e a Amazon Music nos Estados Unidos.

Agora, após quase duas décadas, o nome da empresa pode ser o centro de uma nova revolução por meio da plataforma criada pela MelodyVR que possibilita aos usuários assistir shows e eventos em realidade aumentada por meio de óculos VR e fones de ouvido.

Tendo em vista que a vacinação da Covid-19 ainda não atingiu o nível esperado para erradicar o coronavírus entre os países, talvez esta seja a única alternativa para curtir as nossas bandas favoritas com segurança em um futuro próximo.

Fila de investidores

Em entrevista ao The Guardian, o presidente-executivo da MelodyVR, Anthony Matchett declarou que estão empolgados para a transformação da plataforma em um novo Napster. De acordo com o executivo: “este financiamento apoiará o desenvolvimento da empresa ao longo de 2021”.

Entre aqueles que apostam no retorno do serviço está o Nice & Green, fundo de investimentos de capital suíço que já garantiu previamente cerca de £ 6,5 milhões (R$ 29 milhões) em ações do Napster. Os outros £ 3,5 milhões ofertados nesta primeira rodada serão distribuídos em ações abertas a investidores de varejo.

Anthony Matchett, fundador da MelodyVR espera criar uma das maiores empresas de streaming do mundo com a fusão do Napster. Foto: MelodyVr

Anthony Matchett, fundador da MelodyVR espera criar uma das maiores empresas de streaming do mundo com a fusão do Napster. Foto: MelodyVR/Napster

Além da Nice & Green, outra empresa que também deterá ações sobre o Napster é a Realnetworks, antiga proprietária da Rhapsody International que foi comprada pela MelodyVR em 2020. Como parte do acordo de venda, a empresa terá participação de 10% nos negócios futuros da plataforma.

Nos últimos seis meses, as duas empresas se mantiveram separadas, de modo que a sede dos serviços de streaming permaneceu em sua cidade origem, em Seattle, enquanto o MelodyVR ficou em Londres. Agora, com a união dos serviços, a expectativa é que a nova empresa direcione todas as suas atividades para os Estados Unidos, se tornando um dos maiores negócios de streaming do mundo.

Expansão do catálogo para shows

Mesmo não sendo tão grande quanto o Spotify, estima-se que atualmente o Napster gere uma receita de aproximadamente US$ 130 milhões ao ano. São cerca de 6 milhões de usuários que pagam US$ 9,99 ou £ 9,99 por mês.

Já a atuação da MelodyVR é mais modesta. A empresa fatura cerca de £ 1 milhão por ano com a sua oferta de shows que, por enquanto, se manteve focada no mercado da música eletrônica.

O rompimento na barreira de estilos pode ter sido outro motivo que levou a Melody a adquirir a plataforma, uma vez que o Napster conta com 90 milhões de faixas licenciadas e uma base de assinantes que dobrou de 3 milhões para 5,7 milhões entre 2019 e 2020.

Apesar de vantajosa, a fusão das empresas pode não acontecer. Dependerá do resultado da votação dos atuais investidores no dia 25 de fevereiro.

Via The Guardian