Dois dias antes da posse de Joe Biden, o Telegram informa ter derrubado centenas de mensagens promovendo violência. A decisão é uma medida contra o clima de insurreição política atual no governo americano.
A resolução saiu no canal de um dos fundadores da plataforma, Pavel Durov. Em nota pública, ele justifica a ação lembrando que os termos de serviço do Telegram não comportam mensagens de violência.
Não é a primeira vez que o Telegram age dessa forma. Nesse sentido, a nota alega que a plataforma aplica esta política há sete anos. Durov diz que intervenções similares aconteceram na Bielorússia, Irã, Hong Kong e Tailândia. A situação atual da política americana colocou maior pressão nas plataformas de mensagens – especialmente depois do ataque ao capitólio.
No entanto, a filtragem corresponde apenas à canais públicos da plataforma. Isso não significa que mensagens de violência no Telegram não sejam enviadas em escala privada.
Em conclusão, o fundador esclarece que o debate político é bem-vindo na plataforma por todos os lados do espectro político, “mas agirão rapidamente para coibir aqueles que incitam pessoas a causar mal aos outros.”
Agindo abertamente
De acordo com o item 5.2 dos Termos de Privacidade, o Telegram possui pelo menos 500 milhões de usuários. Embora o público americano ocupe apenas uma fração disso (menos de 2%, segundo Durov), a plataforma ainda é um prato cheio para virais e fake news.
Após janeiro, a moderação do Telegram recebeu uma grande quantidade de denúncias de mensagens incitadoras. Desde o impedimento da posse de Biden, as redes sociais tem recebido maiores cobranças para coibir este cenário violento. E agora que a plataforma russa está conquistando ex-usuários do WhatsApp, a política se torna ainda mais importante.
Outras plataformas, além do Telegram, também tomaram medidas drásticas contra mensagens de violência, verbal ou combinada. Antes da eleição nos Estados Unidos, o Facebook se viu obrigado a derrubar contas com conteúdo falso e, com a posse do democrata chegando, também registrou aumento na retórica violenta. O YouTube baniu a conta de Donald Trump até a posse de Biden – e o Twitter, para sempre.
Imagem: Christian Wiediger/Unsplash/CC