Especialista da Kaspersky fala sobre segurança do WhatsApp - Vida Celular

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O WhatsApp anunciou mudanças na política de segurança e de compartilhamento de dados, e a reação foi imediata. Os usuários ficarão mais expostos? É melhor trocar o aplicativo de conversas por outro similar? Há um aplicativo realmente seguro para esse tipo de situação? Para responder a perguntas como essas, o Vida Celular foi atrás de um especialista em cibersegurança.

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Conversamos com Fábio Assolini, analista-sênior de segurança da Kaspersky, para saber, de uma vez por todas, se o WhatsApp realmente vai piorar a vida dos usuários com a atualização que será implementada no dia 8 de fevereiro, data a partir da qual terá autorização para fazer o compartilhamento de dados com o Facebook.

A Kaspersky, para quem não conhece, é uma empresa que foi fundada em 1997, e diz ter sob sua tutela mais de 400 milhões de usuários protegidos por suas tecnologias “voltadas para combater ameaças digitais sofisticadas e em evolução”. Além disso, o portfólio acuumula mais de 250 mil clientes corporativos em sua extensa carteira, incluindo até mesmo importantes instituições financeiras e até governamentais, nos mais variados países.

Ping Pong do Zapzap

O assunto em pauta é a segurança do WhatsApp. Então, vamos colocar abaixo, na íntegra, como foi o bate-papo (virtual) entre a reportagem do Vida Celular e Fabio Assolini, especialista da Kaspersky. Será que o aplicativo vai mesmo ficar pior?

Fabio Assolini, da Kaspersky, conversou com a reportagem do VC sobre a segurança do WhatsApp

Divulgação/Kaspersky

Vida Celular: direto e reto, Fabio: Devíamos sair do WhatsApp?

Fabio Assolini: isso é uma decisão pessoal do usuário. Do ponto de vista de segurança, eu diria que não há problemas se o uso for para conversas sem um nível de privacidade importante.

VC: o que seria uma conversa sem um nível de privacidade importante?

Fabio Assolini: por exemplo, para dar bom dia aos familiares, ou conversar com amigos sobre assuntos corriqueiros. Agora, se o teor da conversa for algo mais privado, como assuntos corporativos confidenciais, por exemplo, eu sugiro o uso de aplicações com mais recursos de segurança, como o Signal e o Threema.

VC: em termos práticos, o que muda com a nova política de segurança?

Fabio Assolini: basicamente, o Facebook terá acesso à base de dados do WhatsApp e começará a monetizar o investimento que fez no programa há alguns anos.

VC: como você imagina que esse processo será feito?

Fabio Assolini: imagino que essa monetização será feita por meio de anúncios, como acontece atualmente com o Facebook.

VC: e essa nova política de segurança e de compartilhamento. Vai mesmo deixar o WhatsApp pior?

Fabio Assolini: sim. Quanto mais informações armazenadas por uma mesma empresa, é sempre pior para o usuário, pois significa que ela saberá mais sobre você e sua privacidade, consequentemente, diminui.

VC: existe um aplicativo mais seguro do que o WhatsApp ou todos são vulneráveis?

Fabio Assolini: não existe nenhum programa que seja 100% seguro. Até porque o cibercrime está em constante desenvolvimento de tecnologias para quebrar sistemas de segurança, mesmo os mais avançados.

VC: o que fazer, então?

Fabio Assolini: a primeira recomendação é sempre ter uma solução de segurança instalada em seu dispositivo, além de atualizar constantemente as novas versões desses programas.

VC:
você disse que o WhatsApp deve ser usado mais para assuntos corriqueiros. Há alguma outra alternativa para quem trata de assuntos corporativos ou mais importantes?

Fabio Assolini: comparando com outras opções disponíveis no mercado, existem sim aplicações com maior desenvolvimento em segurança, como o já citado o Signal e o Thremma. Um bom comparativo para escolher um app de comunicação seguro é o Secure Messaging Apps Comparison.

WhatsApp atualiza página para “encerrar boatos”

O WhatsApp, que recentemente avisou que a nova política de privacidade e compartilhamento de dados servirá apenas para contas comerciais, voltou a se posicionar sobre o que rotulou como “boatos”. Em sua página de perguntas frequentes, a empresa colocou um quadro (veja abaixo) esclarecendo as principais dúvidas dos usuários. Segundo o comunicado, as mensagens são protegidas por criptografia de ponta a ponta e, por isso, “o WhatsApp não pode ver suas mensagens privadas ou ouvir suas ligações, nem o Facebook”.

Atualização de segurança e compartilhamento de dados do WhatsApp foi explicada por representante da Kasperski

Divulgação: WhatsApp

Os representantes do WhatsApp rebateram as críticas sobre a piora nas diretrizes de segurança, e afirmaram que o app “não guarda informações sobre as pessoas com quem você troca mensagens ou ligações de voz”, “não pode compartilhar sua localização, assim como o Facebook também não”, “não compartilha seus contatos com o Facebook” e que “os grupos do WhatsApp permanecem privados”, entre outras informações.