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O Facebook está sendo acusado de permitir à indústria de combustíveis fósseis fazer a propagação de desinformação sobre a crise climática. De acordo com registros do InfluenceMap, a rede social falhou em impor suas próprias regras para conter campanhas de empresas de petróleo e gás, que buscaram moldar o debate político durante a eleição presidencial americana de 2020.

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O estudo, segundo o instituto londrino, mostra como os interesses dos combustíveis fósseis manipulam os indivíduos usando estratégias sofisticadas de mídia social por meio de anúncios que jogam com os valores existentes da comunidade. Assim, buscam construir suporte para a continuação de uma economia intensiva em carbono, contradizendo o suposto compromisso dessas empresas para enfrentar a crise climática.

As alegações do InfluenceMap são de que, “apesar do apoio público do Facebook à ação climática, ele continua permitindo que sua plataforma seja usada para espalhar propaganda de combustíveis fósseis”. Só para lembrarmos, no começo do ano, a rede social anunciou que as publicações contendo notícias inverídicas – fake news – sobre mudanças climáticas seriam acompanhadas por um aviso. O instituto também afirma que a rede social não está apenas aplicando inadequadamente suas políticas de publicidade existentes, como tais políticas não estão acompanhando a necessidade crítica de uma ação climática urgente.

Mensagens sutis para fazer muito barulho

O relatório traz que 25 organizações da indústria de petróleo e gás gastaram pelo menos US$ 9,5 milhões para colocar mais de 25 mil anúncios nas plataformas do Facebook nos EUA no ano passado. Só a ExxonMobil foi responsável por US$ 5 milhões desse montante. Essas propagandas foram vistas mais de 431 milhões de vezes.

As empresas petrolíferas e de gás usam uma série de táticas de mensagens que são muito mais sutis do que declarações diretas de negação do clima, segundo o InfluenceMap. Dentre essas mensagens, as mais significativas declaram o gás e o petróleo como base de alta qualidade de vida e promovem o gás fóssil como verde ou de baixo carbono. Há também a promoção de ações voluntárias tomadas pela indústria sobre as mudanças climáticas.

Com relação ao uso político da plataforma, o relatório indica que houve um aumento nos gastos com anúncios no Facebook em julho de 2020. Na época, o então candidato presidencial Joe Biden anunciou um plano climático de US$ 2 trilhões para promover o uso de energia limpa. Os gastos permaneceram altos até quatro meses depois da eleição.

O InfluenceMap também chamou a atenção para o papel desempenhado por grupos financiados pela indústria, liderados pela American Petroleum Institute. A associação comercial dos EUA para a indústria de petróleo e gás natural gastou US$ 3 milhões em anúncios no Facebook no ano passado, retratando as empresas de combustíveis fósseis como amigas do clima.

O Facebook disse ao The Guardian que tomou medidas contra alguns grupos que veiculam anúncios pró-combustíveis fósseis e que vários anúncios foram rejeitados porque foram veiculados sem serem identificados como políticos. Um porta-voz da rede social disse que anúncios são rejeitados “quando um de nossos parceiros verificadores independentes os classifica como falsos ou enganosos e tomamos medidas contra páginas, grupos, contas e sites que compartilham repetidamente conteúdo classificado como falso”.

Via The Guardian

Imagem: metamorworks/iStock