A Arm anunciou na terça-feira (25/05) sua primeira linha de designs de CPU produzida com a arquitetura Armv9: o processador flagship Cortex-X2 (herdeiro direto do Cortex-X1 lançado ano passado) e as intermediárias Cortex-A710 e Cortex-A510. Introduzida neste ano, a microarquitetura Armv9 entrega avanços no desempenho, com novos recursos de segurança e inteligência artificial (IA).
Embora a maioria das pessoas não esteja familiarizada com os designs da Arm, os chips da empresa britânica são utilizados em quase todos os processadores de smartphones Android — de Samsung e Huawei a Google e OnePlus. Estas marcas licenciam os núcleos fabricados pela empresa e os encaixam com GPUs, NPUs e outros tipos de dispositivos para formar um processador — ou um SoC (system-on-a-chip), para ser mais exato.
O Snapdragon 888, por exemplo, conta com um Cortex-X1, três núcleos Cortex-A78 e quatro núcleos Cortex-A55. Portanto, os designs apresentados aqui são, em certa medida, uma prévia de como se estruturarão os smartphones Android a partir do ano que vem.
E dá para dizer que os avanços serão bastante significativos. Só para o leitor ter uma ideia, de acordo com a Arm, um conjunto de CPUs com microarquitetura Armv9 (por exemplo, um único Cortex-X2 associado com três A710 e quatro A510) proporcionará uma superioridade de 30% em pico de desempenho e eficiência energética em comparação a um cluster Armv8. Vamos, então, à lista.
Cortex-X2
Sucessor do Cortex-X1, o Cortex-X2 promete oferecer um pico de desempenho de 16% em relação ao antecessor e um aprendizado de máquina duas vezes superior. Os designers da Arm aprimoraram o mecanismo de predição no chip e, com isso, reduziram o número de erros na transmissão de dados, amplificando a performance. Houve também um aumento de tamanho no cache L3 do chip, que foi dobrado de 8 para 16 megabytes.
De acordo com a Arm, processadores com Cortex-X2 terão uma evolução de 30% no desempenho em relação a smartphones equipados com SoCs que utilizam o X1. A companhia britânica direcionou a produção dessa CPU para “smartphones e laptops premium”.
Cortex-A710
Em relação à antecessora A78, a CPU Cortex-A710 apresenta uma evolução de 10% em pico de desempenho. O principal avanço, no entanto, diz respeito à inteligência artificial do núcleo, duas vezes melhor que a geração anterior, e ao ganho de 30% em eficiência energética. A Arm também melhorou o mecanismo de predição no front-end do processador, dobrando suas principais estruturas, o Branch Target Buffer (BTB) e o Global History Buffer (GHB).
Ao contrário da Cortex-X2, que funciona exclusivamente em aplicações de 64 bits, o Cortex-A710 ainda terá suporte para aplicações de 32 bits. Vale observar que, a partir de 2023, todos os designs de CPU da Arm para dispositivos móveis serão produzidos apenas com instruções de 64 bits.
Cortex-A510
Após quatro anos de espera, a Arm finalmente lançou uma nova CPU para desempenhos mais básicos. A Cortex-A510 é a sucessora da Cortex-A55, uma CPU que pode ser encontrada em uma miscelânea de processadores para smartphones intermediários e de entrada — por exemplo, o Snapdragon 845, da Qualcomm, e o Exynos 850, da Samsung, que alimenta o A21s.
Segundo a Arm, a Cortex-A510 apresenta ganhos de 35% em pico de desempenho e 20% em eficiência energética, além de um aprendizado de máquina três vezes superior em comparação à A55. O novo chip também oferece a possibilidade de uma microarquitetura com núcleo mesclado. Dois núcleos Cortex-A510 podem ser combinados em um complexo e compartilhar recursos, como o cache L2 e o motor SIMD. Este ganho de eficiência na área do chip, segundo a empresa britânica, acaba oferecendo “uma ampla gama de configurações para escalabilidade em diferentes dispositivos de consumo”.
Saiba mais sobre os novos (e primeiros) processadores Armv9 da Arm no site da empresa britânica.
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