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Para conseguirem lidar melhor com o material pesado que encontram durante o trabalho, moderadores terceirizados do Facebook estão sendo aconselhados a terem atividades lúdicas. Os chamados “treinadores de bem-estar” da irlandesa Covalen indicam pintura e até canto em karaokê aos funcionários da rede social, para tentar ajudar os colegas de empresa a enfrentarem a moderação de conteúdos violentos, de exploração infantil e até de suicídio, que são postados por usuários do Facebook.

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Apesar da boa vontade dos tais treinadores, é importante deixar claro que eles não são médicos. Assim, não teriam a competência necessária para lidar com questões voltadas à saúde mental dos trabalhadores. As afirmações foram feitas por Isabella Plunkett, uma funcionária da Covalen, durante uma audiência no Parlamento irlandês sobre o tratamento dado pelo Facebook aos moderadores subcontratados no país.

Acordo de sigilo sendo usado para silenciar sobre condições de trabalho

A Covalen é responsável pela contratação de pessoas que fazem a moderação do que é postado na rede social na Irlanda. Recentemente, a empresa foi acusada de coibir os moderadores de tratarem sobre as condições de trabalho as quais estão expostos.

No caso, os trabalhadores estavam sendo obrigados a irem até o escritório em Dublin para trabalhar quando, devido à pandemia da Covid-19, o governo irlandês tinha definido que apenas serviços essenciais estavam permitidos para locomoção de funcionários. Para silenciar os moderadores sobre essa situação, Covalen e Facebook estariam usando o acordo de sigilo, que impede que sejam levados para conhecimento externo o conteúdo encontrado em postagens dentro da plataforma.

Após ver “alguém espancado”, não dá vontade de cantar

Os moderadores de conteúdo vasculham postagens gráficas, fotos e vídeos que os usuários carregaram no site e excluem alguns deles, com o objetivo de tornar o Facebook mais amigável. Plunkett, que disse ter sonhos horríveis sobre as coisas que vê, além de estar há meses tomando antidepressivos, afirma que nem sempre após ver “alguém espancado” sente vontade de cantar.

Plunkett também alegou, sem dar muitos detalhes, que os moderadores são instruídos a limitar o tempo em duas horas por dia, no máximo, de exposição a lesões autoprovocadas e abuso contra crianças, porém, isso não acontece. A funcionária também disse que seu trabalho como moderadora era “treinar o algoritmo” e pegar determinados discursos de ódio e vídeos gráficos, para que uma máquina seja capaz de fazer isso um dia, ao invés de humanos.

Mensagem reveladora no Texas

Um porta-voz do Facebook disse que a empresa fornece suporte para seus revisores de conteúdo, “pois reconhecemos que revisar certos tipos de conteúdo às vezes pode ser difícil”. Em defesa da Covalen, é alegado que a empresa fornece uma gama de medidas de bem-estar para moderadores, incluindo suporte e supervisão 24 horas, treinamento de bem-estar por “profissionais altamente qualificados” e treinamento aprimorado em trauma, gerenciamento de estresse e resiliência pessoal.

Recentemente, um funcionário da Accenture, no Texas, Estados Unidos, deixou uma mensagem reveladora após se demitir de um trabalho de dois anos e meio fazendo moderação de conteúdo no Facebook. Nela, o trabalhador também menciona o acordo de não divulgação sendo usado para impedir que os funcionários discutam problemas do trabalho com suas famílias. Além disso, o moderador criticou como os gerentes lidam com os funcionários que analisam conteúdo, ao sugerirem afastamento do computador e exercício de respiração para que os moderadores lidem com o que encontram nas postagens.

Via Business Insider

Imagem: sunabesyou/iStock