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Algo que chamou a atenção com o lançamento do Mi 11 Ultra foi seu módulo de câmeras traseiras. Mesmo que muitos smartphones já apostassem em visuais pouco discretos como a caixa de lentes, o flagship da Xiaomi veio quebrar precedentes ao inserir um enorme espaço saltado para os sensores e recursos de fotografia. E a questão é: será um exagero?

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Não é a primeira vez que a chinesa investe em um visual de câmeras que ocupa a faixa superior da traseira: vimos isso com produtos como os Poco M3 e X3, em apostas mais conservadoras. Nenhum desses é um flagship, o que significa que um grande investimento em câmeras não era mesmo o foco. A história é diferente com o Mi 11 Ultra, que precisou de espaço para um sensor recém-lançado no mercado, o Samsung Isocell GN2, que tem tamanho de abertura recorde, além da lente periscópica, uma tecnologia que por si só demanda uma boa reserva para si no design de um aparelho.

Samsung Isocell GN2

Nós já falamos aqui sobre o novo sensor da Samsung e suas qualidades. Um dos principais destaques do Isocell GN2, que tem abertura óptica de 1/1.12. Quanto menor o numeral depois da barra significa que mais a lente se abre na hora das fotografias. Isso é importante porque mais abertura significa maior captura de luz. Alcançar bons resultados com fotografia noturna, por exemplo, depende bastante de uma abertura boa de lente. E aqui temos uma lente principal com abertura inédita no mercado.

Visualização lateral do Mi 11 Ultra e seu módulo saltado de câmeras

Só que isso acaba cobrando um preço na hora de colocá-la em um produto: seu tamanho físico, graças a isso, também é um pouquinho elevado: são aproximadamente 1,1 cm x 0,8 cm, isso fora placas e conectores internos que fazem só essa lente ocupar um espaço real bem maior na montagem do aparelho.

Lente periscópica

Mesmo assim, a câmera mais espaçosa do Mi 11 Ultra é a periscópica. A tecnologia de periscópio era muito útil em tempos de guerra, para navios e submarinos visualizarem inimigos a distâncias enormes. Adaptada para o universo dos smartphones, ela perdeu muito tamanho para oferecer uma experiência suficiente ao usuário doméstico, mas mesmo assim ainda pode ser uma dor de cabeça na hora da concepção do design de produtos.

Imagem do sistema de câmera periscópica do Mi 11 Ultra

Isso porque a lente periscópica exige um sistema complexo embutido para funcionar. Do lado de fora você verá sempre uma caixa quadrada com a lente centralizada. Ali por baixo há uma caixa retangular que guarda outras lentes em um ângulo aproximado de 45º. Essas lentes “secundárias” recebem a luz a partir da reflexão de um prisma que também está lá dentro.

Dependendo da aproximação zoom configurada no smartphone, essas lentes adicionais se mexem para frente ou para trás, para promoverem a aproximação óptica desejada. Ou seja, para além do espaço das lentes extras, ainda é necessário algum espaço adicional para elas trabalharem conforme a demanda.

O luxo de uma tela secundária

Um sensor principal mais largo, um conjunto periscópico, lente ultrawide, sensor de profundidade, flash… e por que não uma tela secundária? Foi o que a Xiaomi pensou ao projetar o módulo de câmeras traseiras do Mi 11 Ultra. Quem tem uma Mi Band pode tomar um susto ao achar que ela foi encaixada ali do nada. Mas claro, há motivos para isso.

Visual da caixa de lentes de câmera do Mi 11 Ultra, com uma tela secundária

Com tamanho de 1,1 polegada, o display serve para que o usuário aproveite ao máximo esse conjunto de lentes, incluindo a ultrawide avantajada com seus 128º de abertura, e claro, a abertura inédita para recepção de luz do sensor Isocell GN2. Assim, as lentes traseiras tornam-se utilizáveis para selfies. Mas ao custo de “fechar” a área superior da traseira.

Mais câmeras, mesmíssimo tamanho

Não escondendo que veio para o mercado apostando em câmeras, o Mi Ultra 11 vende mesmo essa ideia através do seu módulo excêntrico de lentes na traseira, com seu display adicional. Aliás, suas dimensões não mudaram em relação ao Mi 11 regular, o que pode ter tornado o trabalho dos engenheiros mais difícil, caso o desafio fosse promover esse setup através de um módulo de tamanho discreto.

Vale lembrar que, comparado aos seus rivais no mercado — como o S21 Ultra — o Mi 11 Ultra talvez não tenha um módulo de câmeras tão enorme assim. Há um bom tempo os smartphones parecem ter migrado de um conjunto horizontal de lentes por módulos na vertical. É o caso do flagship da Samsung, que talvez consiga escapar de grandes críticas ou estranhamentos por ter ido nessa linha, mesmo que a caixa de lentes seja realmente grande. O Mi 11 Ultra retoma o a horizontalidade, e faz isso de forma abrupta ao inserir até mesmo um display secundário.

Seja como for, o Mi 11 Ultra, agora oficializado, deverá mostrar ao usuário que esse conjunto todo não é só enfeite. Isso se faz entregando resultados excepcionais de fotografia e gravação de vídeos. Seja para convencer o potencial comprador resistente a esse design, seja para confirmar as expectativas de quem olhou para essa caixa de lentes e criou expectativas altas.