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Chris Stokel-Walker é jornalista freelancer, que manda textos para sites conceituados, como Bloomberg, The Guardian e BBC e que, vez ou outra, escreve livros, quase sempre com temas polêmicos. O mais recente envolve o TikTok e o suposto envio de dados dos usuários da Europa e dos Estados Unidos para a China pela ByteDance, proprietária do famoso app. Antes do novo (e polêmico) lançamento, no entanto, o jornalista já havia causado polêmica com outras publicações.

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Entre elas, podemos citar “African Lions: The Colonial Geopolitics of Africa’s Gas & Oil”. O livro, lançado em 2011, relata como o interesse das grandes empresas de Petróleo influenciaram politicamente no continente africano e nas tomadas de decisões dos governos de alguns países da região.

No ano seguinte, destrinchou uma história sobre ODB, o Ol’ Dirty Bastard, saudoso rapper do Wu-Tang Clan e sua investigação pelo FBI, no livro “ODB v FBI”. Além das duas obras citadas, o jornalista também é autor da biografia “Confessions of a Freelancer”, de 2011, e de um livro com apelo popular e também polêmico, mas com uma vertente bem menos “perigosa”. Em 2019, ele lançou “YouTubers: How YouTube shook up TV and created a new generation”.

TikTok é a bola da vez

Agora, após passar um ano coletando dados e investigando o TikTok para lançar um livro, o jornalista chegou à conclusão que os dados dos usuários dos Estados Unidos e da Europa são compartilhados com a China pela ByteDance, proprietária do famoso app. O jornalista deu tais declarações após ter visto Helen Dixon, comissária do órgão de proteção de dados da Irlanda, ter deixado no ar, no início de março, que os engenheiros na China “podem” estar acessando dados de usuários europeus e americanos do TikTok.

Para ele, não há dúvidas. “O aplicativo de vídeo extremamente popular envia alguns dados europeus e americanos para a China. Várias fontes dentro da empresa confirmaram isso para mim no ano passado”, revelou. Ele também se mostrou preocupado com o fato de o TikTok ter uma base de 100 milhões de usuários nos Estados Unidos e um número semelhante nos países europeus.

Chris usou tudo o que colheu durante um ano de pesquisas para escrever o livro “TikTok Boom: China, the US and the Superpower Race for Social Media”. Nele, o jornalista conta um pouco mais sobre como o TikTok se tornou inimigo de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, justamente pelo fato de o Chefe de Estado desconfiar que dados de usuários americanos estariam sendo compartilhados com o governo da China pelo app.

Ao confirmar, após ouvir supostas fontes, não reveladas, que o TikTok realmente manda dados dos usuários para a China, o temor do jornalista da Bloomberg é bastante simples: o de que governo chinês possa requisitar esses dados a qualquer momento, sob o pretexto de segurança nacional, e acabe violando a privacidade dos usuários ocidentais.

TikTok: Governo chinês não tem acesso

Segundo o jornalista, uma fonte sênior da TikTok confirmou que os dados de um pequeno número de usuários ocidentais, incluindo informações de identificação pessoal, foram colocados em planilhas que foram enviadas por meio do sistema de mensagens interno da ByteDance, semelhante ao Slack, para sua equipe de engenharia na China.

De acordo com Chris Stokel-Walker, o TikTok voltou a afirmar que os dados que coleta não têm como destino o governo. A ByteDance alegou que eles são comparáveis aos coletados por outras mídias sociais, incluindo detalhes fornecidos quando você se inscreve, além de como você usa o aplicativo. Segundo a empresa, “os dados do usuário a que ela tem acesso nunca poderiam ser coletados pelo partido governante da China, e que jornalistas como eu jamais encontrariam nenhuma prova”.

Theo Bertram, diretor de relações governamentais e políticas públicas da TikTok na Europa, Oriente Médio e África, confirmou a afirmação aos legisladores do Reino Unido, já em setembro do ano passado, assegurando que “não há acesso a dados de usuários individuais da China”. Bertram afirmou que ninguém na China poderia acessar os dados “da maneira que você está sugerindo” em nome do Estado chinês “para realizar vigilância em massa”.

O jornalista encerrou o assunto dizendo que a posição do TikTok sobre o envio de dados para a China “é tecnicamente verdade, pois quando os dados são enviados para a equipe de engenharia da TikTok na China, geralmente são agrupados e tornados anônimos”. Ou seja, ele confirmou a acusação de que os dados são supostamente enviados, mas não individualmente, conforme se posicionou a ByteDance.

Via Business Insider

Imagem: Iximus/Pixabay/CC