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Apesar de ser uma líder global na venda de smartphones Android, a Samsung observa de perto a ascensão de fabricantes chinesas como Xiaomi e Huawei. Tanto que usa de medidas extremas para se proteger de uma possível espionagem industrial chinesa.

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Uma dessas medidas envolve o próprio governo sul-coreano, que conta com agentes de seu serviço de inteligência nacional dentro da Samsung. O objetivo é evitar o vazamento de tecnologias que são consideradas de importância nacional. A tecnologia por trás das telas OLED em smartphones e smart TVs é exemplo disso.

Espionagem industrial pode dar em prisão

A seriedade na proteção dos segredos da Samsung contra a espionagem industrial são tão grandes que o vazamento de informações pode resultar em prisão. Foi o caso de três ex-funcionários da marca que estão em julgamento desde novembro do ano passado.

Se julgados culpados, eles podem cumprir pena de pelo menos três anos. A prisão preventiva desses três ex-funcionários ocorreu a partir de uma investigação da agência de inteligente coreana dentro da Samsung.

Quais medidas a Samsung está adotando?

Um relatório do serviço de inteligência da Coreia do Sul revelou que houveram 123 casos de vazamento de tecnologias de 2014 a 2019. Desses vazamentos, 83 foram direcionados à China e a maioria deles envolvia mercados onde a Samsung é forte, como o de semicondutores e telas.

Além de ter agentes do próprio serviço de inteligência sul-coreana em suas instalações, a Samsung adotou uma série de medidas para prevenir qualquer vazamento. Uma delas é a desativação das câmeras e gravadores de áudio dos aparelhos de seus funcionários assim que eles chegam para trabalhar.

Até mesmo arquivos impressos são protegidos. Além de proibir os funcionários de saírem das instalações sem esses documentos, o papel usado na impressão de um dos laboratórios da Samsung possui folheamento de metal.

Detectores posicionados nas saídas dos laboratórios disparam um alarme caso um funcionário tente sair com esses papeis. Nem o agravamento da pandemia e a instauração do home office fez com que a Samsung permitisse que seus funcionários levassem esse tipo de documentação para casa.

desenho de estrutura em mesa, com homem segurando uma caneta e desenhando nela

Funcionários da Samsung não podem sair dos laboratórios levando documentos físicos ou digitais. Imagem: Lex Photography / Pexels

O que acontece aos funcionários que saem da Samsung para trabalhar em fabricantes chinesas?

Embora as medidas extremas da Samsung para evitar espionagem industrial funcionem para quem está trabalhando na companhia, o que fazer com ex-funcionários que são contratados para trabalhar nas fabricantes chinesas?

Não há uma lei que impeça esse movimento, mas ainda assim ele não fica impune. Engenheiros, cientistas e gerentes de produção do país que optam por trabalhar nessas fabricantes são vistos com maus olhos por seus conterrâneos.

Caso descobertos pelo governo ou antigos empregadores na Coreia do Sul, esses profissionais automaticamente se tornam suspeitos de vazar tecnologia. Por essas razões, eles costumam ter de esconder e até mesmo usar pseudônimos caso optem por se mudar para a China para trabalhar em empresas chinesas.

Um veterano sul coreano da indústria chamado Chang Won-Ki, por exemplo, se viu obrigado a se demitir de uma fabricante chinesa após descobrirem que ele estava trabalhando lá.

Vale mencionar aqui que as fabricantes chinesas procuram ativamente por funcionários da Samsung e da LG. Em sites de busca de emprego, essas empresas costumam prometer “tratamento favorável” aos funcionários dessas empresas.

Samsung vs fabricantes chinesas: como está a disputa atualmente?

Apesar de ainda reinar absoluta em mercados como os de smartphone, semicondutores, telas e aparelhos smart para casa, a Samsung vê seu reinado cada vez mais ameaçado pelas fabricantes chinesas. Em 2020, a empresa conquistou um faturamento total de 212 bilhões de dólares.

Ainda assim, a fabricante sul coreana tem forte concorrência vindo de fabricantes chinesas. Huawei, Xiaomi e Oppo são alguns exemplos no setor de smartphones. Porém, todas as outras áreas contam com, no mínimo, três fabricantes chinesas na concorrência.

Ou seja, a Samsung concorre simultaneamente com mais de dez empresas chinesas de tecnologia. Sem contar a própria Apple, sua maior rival no setor de smartphones.

Via Nikkei Asia.

Imagem: TheDigitalArtist / Pixabay