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Aparentemente, a surpresa no fim da apresentação da LG na CES 2021 foi um canto do cisne. Em meio à conversa de extinguir o setor de celulares da empresa, o apelidado LG Rollable, projetado para ser o extensível da marca, tem futuro incerto. Em nota enviada para o Korea Herald, a LG confirmou que, embora esteja desenvolvendo o Rollable, “não definiu os planos para o lançamento e está aberta a todas as possibilidades”.
O novo comunicado da LG sobre o extensível foi divulgado logo após as declarações do CEO da empresa, Kwon Bong-Seok, sobre a empresa sair do mercado. A LG, vale lembrar, vem acumulando prejuízos bilionários consecutivamente nos últimos cinco anos – 23 trimestres, para ser mais exato. E não estaria disposta a fazer uma nova aposta arriscada, que pode aumentar o déficit nos cofres.
Em comunicado enviado para o Photo Arena, a LG manteve o mistério quando questionada sobre o projeto do extensível Rollable. “A administração da LG Electronics está comprometida em tomar qualquer decisão necessária para resolver seus desafios de negócios móveis em 2021. Até hoje, nada foi finalizado”.
Inovar radicalmente deixou um gosto amargo na boca da LG. A possibilidade de não tirar o LG Rollable extensível do papel tem outro motivo: o LG Wing, o celular com duas telas que gira. O modelo radicalmente inovador, mas caro e com um hardware mais ou menos, acabou sendo um fracasso de vendas, totalizando menos de 100 mil unidades comercializadas.
Como o LG Rollable também seria um smartphone de alto custo de produção, requerendo um projeto industrial novo, os executivos da LG estariam refazendo os cálculos. Segundo eles, mesmo que o Rollable venda mais do que o Wing, teria que alcançar um público grande disposto a pagar 2 milhões de won coreanos (R$ 9.750, na conversão direta) para, desta forma, alavancar as vendas da empresa o suficiente para estancar os prejuízos consecutivos.
Além de tudo o que já foi citado, a LG tem problemas de engenharia para levar adiante o projeto de tirar o Rollable do papel. Justamente por conta da tela extensível. A empresa estaria com dificuldades para conseguir unir as duas partes do smartphone, a fixa e a deslizante, de forma que não gere problemas no display. Aparentemente, o display produzido pela LG não é resistente o suficiente para o projeto.
Uma das soluções poderia ser uma parceria com a fabricante chinesa BOE, mas o fato não teria agradado a parte dos executivos sul-coreanos. Isso porque eles fabricam displays para outras marcas e a ideia de lançar o primeiro celular extensível do mundo com uma tela feita por outro fabricante, podendo vazar preciosos segredos industriais (que valem dinheiro como patentes, mesmo se a LG parar de fabricar celulares), não agrada alguns setores da empresa.