

O aplicativo WeChat, mensageiro instantâneo da chinesa Tencent, barrou o registro de novos usuários no seu país de origem devido ao que alegou se tratar de problemas de segurança. A informação foi dada pela desenvolvedora do WeChat ao portal de notícias britânico Reuters.
A empresa chinesa comentou que está trabalhando em uma atualização para corrigir falhas de segurança do aplicativo, bem como para “alinhar a tecnologia com as leis e regulamentos [do país]”. De acordo com a previsão da Tencent, os novos cadastros de usuários devem ser normalizados em agosto, quando a atualização do aplicativo deve ser concluída.
Quem está por fora dos últimos acontecimentos na política da China pode achar que esse é apenas um problema banal de segurança e legislação, mas não é bem assim. E mesmo que a Tencent tenha se envolvido em polêmicas nos últimos meses, como um processo da ByteDance e o bloqueio de contas LGBTI+, desta vez a polêmica pode ser por parte do governo chinês.
O Ministério da Indústria e da Tecnologia da Informação (MIIT) da China anunciou recentemente que está começando uma campanha para reprimir práticas ilegais na indústria da internet. Na lista das más condutas estão infringir a ordem do mercado, não respeitar os direitos dos usuários e ameaçar a segurança de dados, entre outros. Apps que não trabalham com criptografia para informações sensíveis e que repassam dados dos usuários para empresas parceiras sem consentimento também estão na mira da campanha do governo.
Os impactos dessa movimentação do MIIT da China mexeram com o mercado. O índice da bolsa de valores de Hong Kong apresentou baixa de 4,2%. A própria Tencent teve uma baixa em suas ações, que caíram 9% após a declaração sobre a suspensão de novos usuários por questões de segurança.
O consultor de tecnologia Zhou Zhanggui comentou à Reuters que essas baixas seriam o resultado de uma reação exagerada dos investidores à nova campanha chinesa. Também ressaltou que “a suspensão de novos usuários do WeChat por motivos de segurança não tem impacto substancial na Tencent em curto prazo”.
Imagem: Stockcam/iStock