Estreitando laços com o Google, a Samsung decidiu fundir o Tizen com o WearOS. Graças a isso, os próximos relógios inteligentes da sul-coreana trarão a One UI Watch. A empresa detalhou as novidades ontem (28/06), em um evento exclusivo sobre este novo passo dado. Porém, o novo sistema só chegará a produtos futuros — deixando o Galaxy Watch 3 de fora.
O primeiro a receber a One UI Watch será o Galaxy Watch 4 — que já vazou em imagens completas. Assim, o Galaxy Watch 3, anunciado há menos de um ano, fica de fora. A notícia infelizmente não é boa para os donos de um, ou aqueles que pretendem comprá-lo.
Galaxy Watch 3 sem One UI Watch
Disponível no Brasil em versões Wi-Fi e LTE, a Samsung não deverá levar o novo sistema operacional a relógios já lançados. No caso dos Galaxy Watch e Watch Active 2 a decisão não soa tão absurda, já que ambos possuem mais de dois anos de mercado, e a marca seguirá atualizando eles com pacotes de segurança e correções. No caso do Galaxy Watch 3, a situação difere: falamos de um smartwatch premium lançado no ano passado, e que deve sair prejudicado por um novo acordo fechado entre as companhias.
A Samsung declarou durante a MWC 2021 virtual que proverá três anos de atualizações “para os Galaxy Watch baseados em Tizen”, ou seja, não está prevista a troca de sistema operacional. Talvez houvessem trâmites burocráticos para esta transição — como a difícil preservação total de dados e configurações entre dois sistemas operacionais distintos. Fato é que a fabricante, até agora, tratou o assunto de forma genérica demais ao invés de ser mais enfática sobre os impeditivos.
Hardware do Galaxy Watch 3 poderia ser compatível com One Ui Watch
Seja como for, a Samsung já apresentou diversas novidades para a One UI Watch que deixam o Galaxy Watch 3 de fora, como a auto-instalação de apps do WearOS quando um novo serviço for baixado no celular, além das mudanças visuais. Alguns podem pensar que o novo projeto poderá exigir mais hardware. Mas a Qualcomm deu pistas de que pode não ser bem assim.
A dona dos processadores Snapdragon chegou a afirmar que os chips Snapdragon Wear 3100 e 4100 seriam compatíveis com o WearOS 3 — próxima grande versão do sistema de vestíveis. Este último tem inclusive os mesmos núcleos Cortex-A53 do Exynos 9110, empregado no Galaxy Watch 3. Aliás, o SoC da Samsung tem suporte aprimorado a memória RAM (LPDDR4 contra LPDDR3) e litografia menor — ou seja — o processador ocupa menos espaço e consume menos bateria. O motivo seria mesmo a falta de hardware?
Só dá Exynos 9110
Os possíveis argumentos para não levar a One UI Watch para o Galaxy Watch 3 ficariam ainda mais insustentáveis se a Samsung repetir um movimento que fez sempre na linha de relógios: o emprego do Exynos 9110 como processador dos seus vestíveis.
Pois é: desde o Galaxy Watch original, de 2018, a marca emprega o mesmíssimo chip nos produtos. Se repetir a escolha, o que diferenciaria o Watch 4, falando em hardware, da interação anterior — além de alguns novos sensores de saúde?
A culpa é do Google?
O verdadeiro “culpado” pelo Galaxy Watch 3 ficar sem a One UI Watch pode ser o Google. O portal especializado Sam Mobile credita isso a um desejo da empresa de não levar recursos do WearOS a relógios que saíram de fábrica com um sistema operacional diferente. Explicações para este eventual desejo não foram reveladas.
Fato é que não é muito típico datar um produto premium — lançado a US$ 399 lá fora e a R$ 2.799 no Brasil — tão rapidamente. Como a Samsung ainda toca pouco nessa tema espinhoso, pode ser que as atualizações do Tizen sigam implementando novidades — mas a compatibilidade com apps Android Wear não virá sem a mudança do sistema operacional.
Via Sam Mobile