Amazon e Google investigados por resenhas falsas no Reino Unido - Vida Celular

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A Autoridade de Concorrência e Mercados da Grã-Bretanha (CMA) abriu uma investigação formal sobre Amazon e Google terem infringido a lei do consumidor em virtude de resenhas falsas. As empresas não teriam feito o suficiente para restringir avaliações de produtos vendidos em suas plataformas, permitindo que vendedores manipulassem análises para serem positivas.

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A ação ocorre após uma investigação inicial do CMA, que foi aberta em maio de 2020 e avaliou os sistemas e processos internos de várias plataformas para identificar e lidar com resenhas falsas. A preocupação é com o fato dos sistemas das empresas terem falhado em prevenir e dissuadir alguns vendedores de manipular listas de produtos, por exemplo, cooptando análises positivas nos sites de venda.

Compra e venda

Praticamente, existe um mercado de resenhas, onde alguns comerciantes compram avaliações falsas “em massa” online. São casos, por exemplo, como o de um site que ofereceu mil avaliações falsas por US$ 11 mil (mais de R$ 49 mil em valores convertidos hoje, 25/06) e de outro que afirmava poder ajudar os vendedores a alcançarem o cobiçado status de Escolha da Amazon em apenas duas semanas. Alguns sites pediam produtos gratuitos ou com desconto em troca de avaliações.

Em outubro do ano passado, um levantamento constatou que por volta de 42% das resenhas de produtos vendidos pela Amazon, entre março e setembro de 2020, eram completamente falsas, o que seria algo em torno de 302 milhões de análises. Durante o mesmo período em 2019, o volume era de 36%. Já em maio deste ano, uma falha de segurança expôs como um esquema de resenhas falsas funcionava, onde mais de 13 milhões de registros foram expostos, implicando cerca de 200 mil pessoas (entre vendedores e consumidores) engajados na troca de testemunhos favoráveis por produtos gratuitos na maior plataforma de e-commerce do mundo.

Investimento contra

Grupos que vendem resenhas da Amazon também surgiram em sites de mídia social como o Facebook e o Telegram. A rede de Mark Zuckerberg, aliás, excluiu no começo do mês cerca de 16 mil grupos usados para venda de resenhas falsas, motivada justamente por pressão de órgãos reguladores do Reino Unido.

Na semana passada, em seu blog oficial, a Amazon disse que as redes sociais precisam investir em formas de erradicar os “malfeitores” que usam suas plataformas para coletar críticas falsas. O post veio três dias após o The Wall Street Journal publicar uma matéria da jornalista Nicole Nguyen sobre a compra que ela fez de um carregador rápido na Amazon. Junto do produto, Nguyen recebeu uma oferta de vale-presente caso avaliasse o produto positivamente no site. A empresa RavPower, que vendia o produto, foi removida da plataforma.

Andrea Coscelli, CEO da CMA, diz que a preocupação do órgão é que “milhões de compradores online podem ser enganados ao ler avaliações falsas e, em seguida, gastar seu dinheiro com base nessas recomendações”. Coscelli também afirma que “não é justo se algumas empresas podem falsificar avaliações de 5 estrelas para dar a seus produtos ou serviços o maior destaque, enquanto as empresas cumpridoras da lei perdem”.

Via Business Insider

Imagem: Sagar Soneji/Pexels/CC