Foi-se o tempo em que ter 3 ou 4 GB de memória RAM em um smartphone Android se traduzia em certeza de segurar todos os apps abertos em segundo plano e encontrar uma experiência fluída de uso. O hardware avança, e o software também, com tarefas cada dia mais complexas nesses dispositivos. Por isso, a Xiaomi poderá ser a mais nova fabricante a trabalhar com um recurso de memória virtual na MIUI.
Esta implementação já é utilizada por empresas como a também chinesa Vivo. Alguns celulares da marca podem simular 3 GB extras de RAM em troca de um pequeno espaço de armazenamento que fica indisponível temporariamente. O truque é relativamente simples: dados que o sistema entende não serem absolutamente necessários naquele momento são “congelados” em um formato que pode ser escrito na memória ROM por algum tempo. Tão logo o usuário requisite uma tarefa que foi remanejada para lá, ela retorna para a RAM, que estava sobrecarregada com outras tarefas.
Update: just managed to activate this menu on my phone. It isn't officially supported by any released Mi phone for now (requires 2 props to work). 1 GB is set for test by myself. pic.twitter.com/AfhTnTX3vA
— Kacper Skrzypek (@kacskrz) April 28, 2021
A descoberta dessa possível implementação na MIUI chega pelo insider @kacskzr, que achou trechos de código indicando a existência da ferramenta. Editando manualmente um pedaço do firmware ele foi capaz de mostrar uma representação visual do futuro serviço. Do jeito que está hoje, a função permitiria o ganho de 1 GB de “RAM” em troca de algum armazenamento interno não especificado.
Celulares antigos seriam maiores beneficiados
Ao passo que a lógica das fabricantes é levar novos recursos aos seus produtos mais modernos, a função da Xiaomi de memória extra da MIUI seria especialmente bem-vinda em smartphones com mais tempo de estrada. Afinal, a ferramenta teria o intuito de melhorar a experiência em hardware mais limitado. Porém, outra possibilidade é que a Xiaomi foque nos seus dispositivos modernos, mas de entrada, aqueles com até 2 GB de RAM e que utilizam Android Go.
Outro problema de hardware mais antigo é a limitação do próprio armazenamento interno: vem se tornando mais comum que celulares saiam de fábrica com pelo menos 64 GB, mas até dois anos atrás ainda era comum modelos com 32 GB. Esse espaço não era final, já que o Android ocupa parte dele. A boa notícia é que desde a MIUI 12.5 se tornou possível desinstalar apps que chegam com o sistema, o que pode ajudar na liberação de mais armazenamento.
Via GSM Arena