O governo do Paquistão suspendeu o acesso da população às mídias sociais nesta sexta-feira (16/04) após uma onda de protestos ocorrer nas principais cidades do país.
O pedido foi feito para à Autoridade de Telecomunicações Paquistanesa (PTA) e destaca a proibição do Twitter, WhatsApp, Facebook e Telegram. O documento ainda diz que o órgão tem até as 08h00 (horário de Brasília) para cumprir a determinação.
De forma oficial, o governo não especificou o motivo de solicitar a proibição. No entanto, durante a semana, o grupo islamita radical Tehreek-e-Labbaik Pakistan (TLP) estimulou manifestações violentas na capital Islamabad e em outras duas grandes cidades do país, Lahore e Karachi.
Os manifestantes se organizaram pelas redes sociais e pedem a expulsão do atual embaixador da França no país. A revolta começou quando o presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu a publicação de charges em nome da liberdade de expressão. O episódio acarretou os protestos que agora podem causar a suspensão das mídias sociais no Paquistão.
Protestos no Paquistão
Em outubro, um professor foi assassinado em uma região próxima a capital Paris, após exibir charges para os alunos durante uma aula. Foi em uma homenagem para a vítima que o líder francês defendeu os desenhos satíricos.
Por medida de segurança, à embaixada da França pediu que os cidadãos franceses que estão no Paquistão deixem o país temporariamente por conta das “graves ameaças” registradas no local.
Ainda é incerto se o pedido de suspensão das mídias sociais foi acatado no Paquistão. Mas já existem relatos de regiões que estão sem acesso aos sites. Também não se sabe até quando essa proibição duraria.
A decisão foi criticada por especialistas. Em entrevista à DW, o Dr. Mehdi Hassan, ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos do Paquistão disse que “esta proibição é contra os direitos fundamentais consagrados na constituição” e completou ainda “Em vez de proibir as redes sociais, o governo deveria prender todos os líderes do grupo extremista [TLP] e processá-los no tribunal de justiça”.
Via DW
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