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A notícia partiu de The Information, publicação voltada a executivos de tecnologia: a App Store está hospedando aplicativos criados por um grupo paramilitar chinês acusado de participação no genocídio uigur.

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Os apps do XPCC (Corpo de Produção e Construção de Xinjiang) oferecem informações sobre serviços governamentais e suporte a pequenas empresas para administração de comércio eletrônico. Também trazem informações sobre o transporte local e serviços de reparos domésticos. O XPCC é um grupo paramilitar estatal que age em Xinjiang, um território autônomo que abriga muitos grupos de minorias étnicas, como os muçulmanos uigures. O grupo tem autoridade administrativa sobre várias cidades de médio porte, bem como assentamentos e fazendas no território, que fica na região noroeste da China.

De acordo com governos ocidentais e grupos dos Direitos Humanos, o XPCC detém e abusa fisicamente dos cerca de 2 milhões de Uigures locais. Entre as acusações de violência, negadas pelas autoridades chinesas, há casos de esterilização forçada de mulheres da comunidade Uigur.

Ao manter na App Store aplicativos do grupo vinculado ao genocídio Uigur, a Apple alega que está ciente da situação e que as ferramentas relacionadas estão cumprindo a legislação americana. O XPCC está na lista negra do governo dos Estados Unidos, o que significa que empresas e organizações do país não podem fazer negócios com o grupo paramilitar chinês.

A minoria Uigur e a Apple

Questões envolvendo Uigures de Xinjiang e a Apple não são novidade. Em dezembro de 2020, por exemplo, uma das mais importantes fornecedoras da empresa foi acusada de usar trabalho forçado da minoria muçulmana. De acordo com documentos descobertos pelo Tech Transparency Project (TTP), a Lens Technology, fabricante de telas para dispositivos eletrônicos, recebeu milhares de trabalhadores Uigures em suas fábricas. Os registros apontam que os muçulmanos Uigures teriam sido coagidos por forças paramilitares chinesas ao serem transferidos para a Lens Technology, fundada por Zhou Qunfei, que já foi a mulher mais rica da China.

De acordo com documentos da TTP do início deste ano, são cinco os fornecedores da Apple vinculados ao programa repressivo de trabalho forçado da China. Entre eles, a própria Foxconn e até mesmo uma fabricante de uniformes para funcionários varejistas da empresa americana. O governo Chinês nega as acusações de irregularidades e o Relatório de Responsabilidade do Fornecedor de 2020 da Apple aponta que 82% de seus fornecedores possuem alto desempenho, enquanto que apenas 1% deles possui baixo desempenho com relação a manter os locais de trabalho seguros e respeitosos para os funcionários.

Recentemente, uma coalizão formada por mais de 150 grupos ativistas na Ásia escreveu uma carta à Apple exigindo que a empresa faça mais pelos Direitos Humanos. Entre as críticas apontadas pelos grupos, há a decisão da Apple de retirar redes privadas virtuais (VPNs) da App Store na China, a pedido do governo chinês.

Via 9to5Mac

Imagem: rweisswald/iStock/CC