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Em algum momento da sua vida digital, você já deve ter pedido ao um garçom, além do cafezinho, qual é a senha do wi-fi. O atendente anota o pedido, informa os dados para entrar na rede, e você aproveita para entrar no Facebook enquanto espera. E só então, no dia seguinte, você se depara com a conta bancária vazia. E aí você descobriu, tarde demais, quais são os riscos de usar redes compartilhadas.

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Redes compartilhadas, ou a famosa “wi-fi dos outros”, é toda aquela rede, com ou sem senha, que seja ponto de acesso de múltiplos dispositivos diários. Pontos de acesso assim são serviços comuns e cada vez mais presentes no nosso cotidiano, oferecidas em praticamente todos os cantos: terminal de ônibus, centros empresariais, shoppings, universidades, hotéis e até padarias e barbearias.

Para evitar que você passe por esse cenário, separamos algumas dicas para você entender o que está em jogo quando acessar um ponto de wi-fi compartilhado, e o que você deve ou não fazer.

Perigos de uma rede compartilhada

Entretanto, não é do perfil do usuário brasileiro se preocupar com o que faz na internet – e com seus dados também. Segundo o diretor de cibersegurança da PSafe, Emilio Simoni, ainda falta consciência dos riscos do mundo digital.

“Agora acho que as coisas estão mudando um pouco, por conta dos grandes vazamentos que tiveram, mas até então não existia uma preocupação com infecção [de malwares]. Quero dizer, até existe, mas não existe o cuidado”, explica o especialista, que compara esse tipo de ataque com um assalto, ou um sequestro. “A pessoa diz que com ela nunca acontece, não tem esse problema – até que acontece, e ela vê que o risco é real.”

Redes compartilhadas estão suscetíveis a riscos de ataques como o man-in-the-middle (“atravessador”), em que o criminoso troca os identificadores digitais de todos os dispositivos e intercepta todas as informações que passam por ela. Simoni diz que, com um simples app instalado no root de um Android, um hacker pode passar o dia todo coletando o que passa nessas redes.

Dependendo das informações, é possível coletar desde logins e dados bancários até imagens e vídeos sensíveis, que levam a golpes de chantagem. “Por isso a gente fala para não acessar banco ou redes sociais de wi-fi de hotel, de restaurantes ou locais públicos. Porque pode ter pessoas mal intencionadas ali conectadas e monitorando toda a rede”.

O próprio roteador, entretanto, pode ser o alvo de alguns dos ataques – e nesse caso, o cibercriminoso não precisa nem estar presente. Malwares como o DNSChanger, por exemplo, podem alterar o endereço DNS de determinadas páginas, como as de banco, por exemplo, levando à páginas falsas. Na hora de inserir senha, agência e conta, a vítima dá as informações para o hacker achando que está logando no site do banco.

O risco desse tipo de ataque é que ele pode ser feito em redes compartilhadas sem intenção alguma. Um simples desavisado que abriu o malware em seu dispositivo e contaminou, sem saber, uma rede inteira.

Medidas protetivas

O uso de um antivírus em celulares pode ser só placebo (se o antivírus não é um golpe). Assim, é importante que o usuário estabeleça algumas regras na hora de usar redes compartilhadas, para mitigar os riscos. A primeira e mais importante é sempre evitar de entrar em contas bancárias e se atente à alguns sinais de rede comprometida. “Em relação a wi-fi, nada é 100% assertivo, mas dá para encontrar alguns sinais”, afirma o especialista.

Primeiro, redes muito instáveis (pessoais ou não), que demoram mesmo em transmissão de vídeos ou áudios, podem estar sendo vítimas de ataques Man-in-the-Middle. Isso acontece porque a informação demora para ser repassada entre o interceptador e os outros dispositivos conectados.

Segundo, quando sites normalmente confiáveis emitem avisos de certificados de segurança. Se isso acontece, há uma grande chance de que aquele endereço tenha sido comprometido, ou direcionado para uma página falsa. Nessas horas o usuário precisa ficar atento aos alertas.

Imagem: Omar Ramadan/Pexels/CC