O governo australiano está debatendo uma nova legislação para obrigar companhias da Big Tech a compensar meios de comunicação pelas matérias que aparecem em suas plataformas. Facebook e Google dizem que é “impossível trabalhar” com uma mudança assim, e que a lei é injusta para seu modelo de negócio. Em resposta à lei, o Facebook tirou do ar as páginas de notícias da Austrália de seu site, desencadeando protestos por todo o mundo.
A ação do Facebook afetou também jornais do Reino Unido de mesmo nome de jornais australianos, além de serviços de informação sobre Covid-19, organizações de caridade, bancos de alimentos e serviços de resgate que dão alertas sobre queimadas fora de controle. Até a página do próprio Facebook ficou fora do ar, dando a mensagem “não há postagens ainda”.
If it is not already clear, Facebook is not compatible with democracy.
Threatening to bring an entire country to its knees to agree to Facebook’s terms is the ultimate admission of monopoly power. https://t.co/0JjTqtQhku
— David Cicilline (@davidcicilline) February 17, 2021
No Twitter, as hashtags “Delete Facebook”, “Boycott Zuckerberg” e “Facebook We Need To Talk” entraram para os trending topics em protesto pela ação do Facebook na Austrália. David Cicilline, um político democrata de Rhode Island, tuitou: “Se ainda não estava claro, o Facebook não é compatível com a democracia. Ameaçar deixar um país inteiro de joelhos para concordar com os termos do Facebook é uma admissão definitiva de poder de monopólio”.
O parlamentar australiano Scott Morrison disse que a ação do Facebook prova que a Big Tech “se acha maior que os governos e que as regras deles não devem se aplicar a ela”. Morrison acrescentou que “Não seremos intimidados pela Big Tech tentando pressionar nosso Parlamento”.
O Google, que chegou a ameaçar sair da Austrália se a lei fosse aprovada, agora parece ter se conformado com a realidade, e já está fechando acordos com meios de comunicação.
Josh Frydenberg, tesoureiro federal australiano, discutiu a lei com Mark Zuckerberg no domingo, e acredita ser possível chegar a um meio-termo com o Facebook. “Eles estão muito focados no que está acontecendo aqui na Austrália, mas sinto que também estão tentando chegar a um acordo, e isso é bem-vindo”, disse ele.
Via Daily Mail
Imagem: Liam Pozz (Unsplash)