Os planos da Honor, ex-subsidiária da Huawei, para 2021, incluem a venda de 100 milhões de celulares. O número representaria um aumento de 40% em relação aos atuais, e colocaria a empresa em condições de superar a própria “mãe” e se tornar a número 1 no território chinês. A Huawei, segundo o mesmo relatório produzido pela Nikkei Asia Review, estaria pensando em vender 60 milhões de celulares durante o próximo ano.
Somando-se as produções esperadas da Huawei e da Honor para 2021, é possível observar que a marca terá um declínio de 20% em relação às vendas registradas em 2019, época em que a Huawei e a Honor ainda faziam parte da mesma empresa, sendo que a segunda foi criada para desenvolver produtos de baixo custo pela Huawei Technologies. A separação acabou acontecendo como forma de prevenir novas sanções do governo Donald Trump, que colocou a Huawei na lista negra dos Estados Unidos.
Reinado da Honor pode esbarrar em restrições dos EUA
E é justamente essa série de restrições do governo americano que pode atrapalhar os planos da Honor de tomar o lugar da Huawei como maior vendedora de celulares da China em 2021, segundo a publicação da Nikkei Asia Reviews. Para evitar isso, os principais executivos da companhia já começaram a tomar algumas providências paralelas às ameaças de proibição.
Dois dos principais presidentes de fornecedoras de processadores confirmaram o início dos contatos com os representantes da ex-subsidiária da Huawei para falar sobre negócios futuros. Cristiano Amon, CEO da Qualcomm, afirmou que sua empresa “está satisfeita pelo fato de o mercado ter um novo concorrente”. Rick Tsai, representante da MediaTek, rival da Qualcomm, revelou ter conversado com o departamento jurídico para saber se pode continuar fornecendo peças à companhia sem descumprir as regras impostas pelos Estados Unidos.
Todas essas conversas preliminares estão diretamente ligadas à troca de poder nos EUA. Em janeiro, Donald Trump, presidente responsável pela presença das empresas na lista negra do país, sairá da Casa Branca para dar lugar a Joe Biden, adversário que o derrotou nas últimas eleições. E Honor e Huawei estão de olho para ver como ficará a briga que pode afetar diretamente quem assumirá o posto de empresa que mais vende celulares na China e, talvez, no mundo, em 2021.
Imagem: Gerd Altamann/Pixabay/CC