Segundo informações do Wall Street Journal, A Intel está negociando a compra da empresa de semicondutores GlobalFoundries por US$ 30 bilhões. A aquisição faz parte de uma estratégia da empresa americana para fabricar e vender chips para terceiros e impulsionar a produção em um momento que a escassez global de semicondutores afeta uma gama de bens na indústria — desde carros a smartphones.
A negociação, revela a reportagem, ainda está em um estágio embrionário, com a GlobalFoundries planejando uma IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) para os próximos meses. Analistas de mercado afirmam que, apesar do alto valor de investimento, a compra da empresa de semicondutores pela Intel daria à companhia um amplo conjunto de recursos de manufatura para o futuro.
“A GlobalFoundries possui tecnologias e processos especializados em radiofrequência 5G, IoT [internet das coisas] e automotivo. Com ela, a Intel se tornaria o que chamo de ‘fornecedor full-stack’, que pode oferecer tudo ao cliente”, explica Patrick Moorhead, analista da Moor Insight & Strategies, que pesquisa a indústria de semicondutores, ao site TechCrunch.
O CEO da Intel, Pat Gelsinger, já acenou em março que a Intel pretende aumentar sua fabricação de chips. A empresa americana planeja gastar mais de US$ 20 bilhões para construir duas fábricas de processadores no Arizona, sudoeste dos Estados Unidos.
Investidores aprovam aquisição
Atualmente, a GlobalFoundries é propriedade da Mubadala Investment Company, uma holding da monarquia de Abu Dhabi que administra, entre outras empresas, a Piaggio (fabricante de carros de luxo) e a OMV (principal petrolífera da Europa Central). A empresa surgiu dos espólios do departamento de chips da AMD, rival da Intel, em 2009, e é sediada em Nova York, nos Estados Unidos. Caso a compra da empresa de semicondutores pela Intel se concretize, investidores preveem uma escalada de 1,59% nas ações da companhia.
Os valores na indústria dos chips nunca são pequenos e, por conta disso, a conclusão das negociações deve demorar. No ano passado, por exemplo, a Nvidia incorporou a Arm pela bagatela de US$ 40 bilhões.
Via Mobile World Live e Tech Crunch
Imagem: Slejven Durajkovic/Unsplash/CC