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Em Cuba, a empresa estatal socialista Gedeme lançou o primeiro smartphone “legitimamente” cubano, mas com alma chinesa. O GDM MB 10 tem características de um celular básico, rodando um Android 10, com 3 GB de RAM, 32 GB de armazenamento interno e um processador Helio P22 da MediaTek (ou seja, definitivamente esse aparelho não é um produto 100% made in Cuba).

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Em seu perfil no Twitter, a Gedeme (GDM) afirmou recentemente que o smartphone é um projeto de desenvolvimento de alto impacto social, materializado com vistas à informatização da sociedade e defesa da soberania tecnológica. O primeiro smartphone de Cuba foi desenvolvido conforme arquitetura e condições colocadas pelo país, com softwares e sistemas desenvolvidos por instituições cubanas, segundo traz o jornal cubano Juventude Rebelde. Um teste piloto com 6 mil unidades está sendo realizado com destino à Copextel e à Etecsa, empresas cubanas de tecnologia e telecomunicações.

Seis anos para decolar

O projeto GDM teria começado em 2015 e, em teoria, traria um celular feito em território nacional capaz de dar acesso à Internet a milhões de pessoas que não podem comprar telefones importados. Com isso, foram praticamente seis anos para que Cuba fizesse o lançamento de seu primeiro smartphone.

De acordo com um relatório recente do Ministério das Comunicações de Cuba, havia 6 milhões de telefones online no país em 2019 para uma população de 11 milhões de pessoas. Pouco mais da metade dos aparelhos tinha acesso regular a dados móveis. Os avanços na conexão com a internet em Cuba trazem um Wi-Fi caro, custando um dólar por hora e disponível apenas em alguns parques públicos. Os dados 4G são igualmente caros e a cobertura celular entra e sai imprevisivelmente. Neste cenário, o governo cubano anunciou que construirá 50 novas torres de celular para fornecer cobertura mais estável a toda a ilha.

Cuba recebeu a matéria-prima para os protótipos dos smartphones GDM por meio de uma parceria contínua com a empresa chinesa Huawei, visando a aquisição de peças de alta tecnologia. A Huawei já havia ajudado Cuba a construir seu firewall, que transforma alguns sites estrangeiros em páginas em branco. Entre os cerca de 50 sites censurados está a Freedom House, uma organização sem fins lucrativos que promove a liberdade na Internet.

Até agora, o projeto do smartphone foi mantido em sigilo em Cuba. Um especialista que está em contato com os desenvolvedores disse que trabalhadores do Ministério de Tecnologia têm andado por Havana usando os telefones por meses ou mesmo anos sem qualquer reconhecimento público do projeto.

Características do primeiro smartphone de Cuba
GDM MB10 smartphone de Cuba

Divulgação/GDM

Enfim, partindo para as especificações principais do GDM MB10, além das citadas no começo do post, o telefone possui uma tela HD de 6 polegadas com um furo em formato de gota d’água para a câmera selfie de 5 MP. Atrás, há um módulo com uma câmera de 8 MP. O smartphone oferece suporte para leitor de impressão digital e para leitura facial, além de suportar Bluetooth 4.0 e rede GSM/WCDMA 4G LTE. Sua bateria é de 3200 mAh, há porta de 3,5 milímetros para fone de ouvido e Dual SIM.

Há também uma série de aplicativos que já vêm pré-instalados no smartphone, que são ferramentas desenvolvidas localmente. Entre elas, a Apklis (plataforma cubana para a distribuição e atualização de aplicativos móveis no país), a toDus (plataforma de mensagens instantâneas para os usuários em Cuba) e a Picta (app de streaming de vídeo). Todos os apps desenvolvidos em Android.

GDM P4R, smartphone de Cuba

Divulgação/GDM

Modelo com mais RAM e armazenamento (mas não muito)

Outro modelo mais robusto do primeiro smartphone lançado por Cuba é o GDM P4R, que traz o mesmo processador e roda o mesmo Android 10. Porém, há algumas diferenças, como na memória RAM, onde o celular oferece 4 GB, e no armazenamento interno, com 64 GB. Além disso, a tela HD+ é maior, com 6,22 polegadas, e a bateria vem com 3400 mAh. As câmeras também são superiores, com 8 MP para a localizada na frente e 13 MP para a câmera de trás. Dos dois modelos GDM, é possível ter informações detalhadas aqui.

O preço esperado para o telefone do governo cubano é para ser menos da metade do preço dos telefones Android que aparecem ilegalmente no país, e mais barato ainda do que os modelos da Samsung à venda pela empresa nacional de telecomunicações Etecsa. Esses telefones normalmente custam mais de quatro meses do salário médio em Cuba.

Via Vice e FayerWayer

Imagem: oxinoxi/iStock