Já falamos em smartphones dobráveis com telas flexíveis, e agora a Samsung deu os primeiros passos em busca do OLED elástico. A fabricante já deu uma pequena demonstração de como isto poderá funcionar, mas não adianta ficar muito animado, pois não deveremos ver tão cedo produtos domésticos com esta tecnologia.
Bem rudimentar, a sul-coreana projetou um acessório de saúde que pode ser fixado no corpo humano como um band-aid. Duas vantagens existem aqui, segundo a Samsung: a fixação permitiu leituras mais de 200% mais precisas pelo sensor de batimentos cardíacos, e deve diminuir a percepção do acessório no usuário. Ou seja, isto pode colaborar para que ele não retire o gadget como quem retira um relógio para dormir melhor.
A construção
Como dá para ver, o OLED elástico está longe de ser um painel OLED como conhecemos hoje, nos smartphones, tablets e Smart TVs. Cada pixel é bem visível e nem precisamos entrar no mérito da resolução desta “tela”. A tecnologia ainda está sendo prototipada, e atualmente conta com uma série de camadas dos mais diversos polímeros para permitir as esticadas de até 30% em relação ao display em estado normal.
Este módulo é encapsulado por um filme que protege um cátodo, camada de pixels autônomos, ânodo, interconector viscoelástico, substrato torcível, outro filme — amortecedor de impacto — e outras peças que colaboram para a medição em si e para a “mágica” elástica. A Samsung declara que foi possível esticar o produto mil vezes, o que honestamente parece pouco. No lançamento do Galaxy Fold original, a empresa declarou que o display flexível poderia continuar utilizável após 200 mil utilizações.
Estágio extremamente inicial
Estamos longe de ver displays OLED elásticos no mercado, mas tudo precisa partir de algum princípio. A Samsung já está demonstrando este protótipo voltado para aplicação médica. O aperfeiçoamento de técnicas deve gerar a expertise necessária para levar as patentes que serão desenvolvidas e os insumos a produtos domésticos, no futuro. Jong Won Chung, co-autor do estudo em questão, afirma:
Nossa pesquisa ainda está nos estágios iniciais, mas nosso objetivo é realizar e comercializar dispositivos extensíveis aumentando a resolução do sistema, a elasticidade e a precisão da medição a um nível que possibilite a produção em massa[…] Além do sensor de batimentos cardíacos que foi aplicado neste caso de teste, planejamos incorporar sensores extensíveis e telas de forma livre de alta resolução para permitir que os usuários monitorem coisas como saturação periférica de oxigênio, leituras de eletromiograma e pressão arterial.
Quando isto for comercialmente viável — não apenas pela Samsung, mas também pelas suas concorrentes — smartwatches poderão ganhar novas características e até mesmo formatos. Ou, quem sabe, a indústria poderá começar a produzir uma nova categoria de gadgets de saúde. Vale lembrar, no mercado de smartphones dobráveis, a Samsung pode estar dando um passo em direção ao seu primeiro flexível de tela tripla.
Via The Verge