Pesquisadores demonstram como é fácil manipular o algoritmo do Twitter - Vida Celular

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Pesquisadores do Swiss Federal Institute of Technology (EPFL), em Lausanne, Suíça, descobriram uma vulnerabilidade no algoritmo do Twitter que permite manipular os trending topics da plataforma. A falha permite que usuários coloquem tópicos artificialmente na lista de assuntos discutidos no momento e, assim, criarem falsa noção de relevância sobre os temas de interesse.

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O ataque, batizado de “ephemeral astroturfing” (ou “astroturfing efêmero”) é uma forma digital do Astroturfing — que é quando se oculta os verdadeiros interessados a disseminar uma mensagem, fazendo ela parecer que vem de pessoas e grupos reais. A parte efêmera se dá pelo fato de como o golpe discorre: ao tuitar massivamente um assunto e depois apagá-lo, os algoritmos continuam detectando o tópico, independente se o tweet não está mais no ar.

Os pesquisadores detectaram a presença de ataques de ephemeral astroturfing entre junho de 2015 até setembro de 2019, notificando o Twitter duas vezes sobre a possibilidade de manipular o algoritmo, que ainda se faz presente até hoje. O estudo detectou que, só na Turquia, um mínimo de 49% dos cinco principais trending topics foram levantados por esse golpe. A pesquisa também estima que dois a cada dez principais trending topics globais na plataforma receberam relevância artificialmente.

Para empregar o esquema, os golpistas utilizam tanto bots quanto contas reais vítimas de algum ataque virtual para gerar as trends falsas. Os tópicos continham, muitas vezes, objetivos nocivos, como apps de phishing, campanhas de desinformação, discurso de ódio, mas a pesquisa encontrou até virais para pedidos de casamento.

Guerra de influência

Os riscos nos ataques de ephemeral astroturfing estão em manipular a atenção pública, já que muitos veículos de notícia e formadores de opinião se pautam através dos algoritmos do Twitter para produzir informação. Os pesquisadores detectaram, como exemplo, que uma das hashtags nos trending topics, que fomentava a exclusão aos sírios, foi levantada com esta técnica e coberta ostensivamente pela imprensa na época, o que levou a uma falsa disseminação da ideia.

Alertado em 2019 e em 2020, o Twitter respondeu já estar ciente da falha em seus algoritmos e encaminhado para resolvê-lo. No entanto, nenhuma medida prática foi tomada sobre o assunto. Considerando que a plataforma apresentou uma série de atualizações contra a desinformação nos últimos tempos, a postura é, no mínimo, decepcionante.

Via The Next Web

Imagem: gguy44/iStock