O Signal tentou plantar uma ideia em território hostil. O Facebook bloqueou anúncios pagos pela empresa no Instagram que denunciavam como a empresa de Mark Zuckerberg coleta dados dos usuários. Em seu blog oficial, nesta terça-feira (04/05), a Signal explicou que desejava mostrar ao público como a tecnologia de rastreamento funciona.
“Criamos um anúncio direcionado de múltiplas variantes para mostrar os dados pessoais que o Facebook coleta de você e para quem ele vende acesso”, dizia o texto. “O anúncio iria exibir algumas informações coletadas sobre o visualizador utilizado pela plataforma de publicidade.”
Estratégia de impacto
Os anúncios eram pensados para acordar a pessoa para o que significa rastreamento. A Signal publicou exemplos de como os anúncios, todos na cor azul (a do Facebook), iriam aparecer no Instagram. Um deles dizia: “Você recebeu este anúncio porque é um instrutor de pilates recém-casado e louco por desenhos. Este anúncio usou sua localização para ver que você está em La Jolla. Você gosta de blogs de pais e vem pensando sobre adoção na comunidade LGTBQ”. Como já era de esperar, o Facebook vetou o conteúdo do anúncio e fechou a conta publicitária da Signal na plataforma de imagens.
Moxie Marlinspike, o CEO da Signal, tuitou outro exemplo que mostra como um usuário no Instagram pode ser direcionado a anúncios com base em ocupação, localização, preferências alimentares e interesses de saúde. “Você recebeu este anúncio porque você é um barista gótico e solteiro”, diz a propaganda. “Este anúncio usou sua localização para ver que você está em Clinton Hill. E você é vegano ou tem intolerância à lactose e está realmente sentindo aquela ioga ultimamente.”
Confronto com Warren
Esta não é a primeira vez que o Facebook bloqueia anúncios criticando a empresa. Dois anos atrás, a senadora democrata Elizabeth Warren publicou um anúncio dizendo que, se fosse eleita presidente dos Estados Unidos, tentaria dividir a empresa de Zuckerberg. Nos anúncios, Warren denunciava o Facebook por comprar potenciais concorrentes, como o Instagram, e usar informações privadas dos usuários para lucrar. A plataforma, em resposta, bloqueou os anúncios por violar as regras de uso relacionadas ao logotipo da empresa.
Os anúncios no Facebook dependem do rastreamento de dados: a partir desta tecnologia, seu algoritmo detecta as propagandas a serem priorizadas na linha do tempo do usuário. Neste ano, a empresa de mídias sociais aumentou a receita no primeiro trimestre para US$ 26,2 bilhões – um acréscimo de 48% em relação a 2020.
Via Business Insider
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