Ao pegar para resenhar os Realme Buds Air Pro, a primeira coisa que notei foi a caixinha carregadora. Os fones, que tem o rabicho, se encaixam satisfatoriamente, sem nenhum espaço, e mais satisfatoriamente ainda ela faz um clique bem notável ao fechar (e gosta de fechar; precisa segurar para parar aberta). A segunda é o Google Fast Pair. Na hora de parear por Bluetooth (o que se faz com os fones dentro do carregador), a imagem do fone aparece, elegantemente, no celular. O case em carregado com um cabo USB-C, que vem na caixa, mas sem um adaptador para tomada.
A seguir, um revés: aparentemente eu sou dotado de uma orelha incomum. Com nenhuma das três pontas que vêm na caixa (P, M e G) consegui um encaixe perfeito. É virar a cabeça e um acidente pode acontecer – e aconteceu ao tentar usar o celular no sofá ou na cama. Na rua, com a cabeça reta, não tive nenhum incidente. Mas, nos dias em que testei, não tive a sensação de os fones estarem seguros na orelha – talvez eu seja azarado, e outras pessoas não tenham o mesmo problema.
Som potente e alto
Ao que importa mesmo: o som dos Realme Buds Air Pro é encorpado e potente com seus alto, com drivers (ou alto-falantes) de 10 mm – nunca deixei a mais de 25% do volume. Os comandos – dois toques para pausar, três para passar para a próxima, segurar com os dois dedos para alternar entre os modos normal, transparência e cancelamento de ruídos – são responsivos, raramente exigindo insistência. O modo cancelamento faz o que devia: sons constantes, como carros numa avenida, são abafados, mas não sons isolados, como uma buzina – e ficar surdo não é nem devia ser a ideia. Entre normal e transparência, a diferença é mais sutil. Mudar de modo é meio desengonçado: o fone dá um aviso falado, que entra no lugar do que você está ouvindo.
Instalando o app Realme Link, você tem mais opções, como, por exemplo, escolher se ele vai sugerir os três modos ao pressionar a lateral do fone, ou acionar o modo de jogos, aumentar ainda mais o volume (não recomendo) e ativar a amplificação de graves. Com o app, também é possível escolher o que vai acontecer quando você der dois cliques ou três cliques em cada um dos fones. Assim, dá para usar o fone esquerdo para voltar a música, e o esquerdo para avançar. Também tentei usar a opção de dois cliques para acionar um assistente de voz, que pode ser o Google Assistente ou Alexa (caso esteja instalada).
Bateria não chega no prometido pela Realme
A bateria, usando como usei, continuamente e não muito alto, não chega nas 25 horas anunciadas pela Realme. Em cerca de 3 horas, fui de 100% a 50%. Na primeira vez, um fone descarregou antes do outro. Carregar, com o próprio carregador do Realme 7 5G (não vem com carregador, só com um cabo bem curto), foi questão de uns 20 minutos.
Durante o teste, em 5 dias de uso, a conexão nunca falhou. De fato, fui surpreendido por tentar ouvir coisas no celular do outro lado da casa e ele ainda estar conectado aos fones. Reconectar não é tão intuitivo: ainda que o Android dê sinal como se houvesse se reconectado, é ilusório. O único jeito de conectar novamente que foi colocando no carregador.
Agora, vamos à pergunta de R$ 899. A esse preço, os Buds Air Pro são um investimento, mas é um bom investimento? Tirando por possíveis incompatibilidades da anatomia de cada um (recomenda-se testar), e, acostumando-se a suas peculiaridades, digo que sim. Entrega o que promete, sem muitas firulas.