O Brasil teve o pior desempenho na categoria “hábitos digitais” em uma pesquisa da empresa panamenha Nord VPN sobre habilidades e conhecimentos de privacidade online. No levantamento, a empresa, especialista em segurança e privacidade virtual, ouviu 48.063 pessoas de 192 países e elencou pontuações para as 21 nações com maior número de entrevistados.
Quanto à categoria “hábitos digitais”, apenas 33,4% dos entrevistados no Brasil tiveram boa pontuação. Entre os principais problemas no país, segundo a pesquisa, estão a falta de leitura dos termos de serviço (38,3%) e o desconhecimento das principais ferramentas de privacidade (23,3%) e da capacidade do Facebook de coletar dados de pessoas fora da plataforma (27,8%).
“A população brasileira compreende as principais medidas de segurança, mas também não se importa com questões mais básicas e igualmente importantes, como o funcionamento de seus aplicativos e serviços online”, explica Daniel Markuson, especialista em privacidade digital da NordVPN.
O Vida Celular entrou em contato com a assessoria da empresa no Brasil para obter os resultados da pesquisa com base no acesso mobile, mas a companhia não fez essa especificação na coleta de dados.
Outras categorias
Em outros quesitos, no entanto, os brasileiros foram bem. Na categoria “tolerância do risco digital”, que envolve o conhecimento das ameaças cibernéticas, o país obteve boa pontuação em 75,2% das respostas, ficando à frente de Índia, Turquia e Japão. Entre as melhores avaliações do brasileiro em relação ao comportamento digital, estão a criação de senhas fortes (81,2%), como lidar com phishing de emails fraudulentos que usam bancos (89,5%) e como responder à notificação de dispositivos desconhecidos conectados à conta de e-mail (86,3%).
O National Privacy Test, como é chamada a pesquisa, avalia como pessoas de diferentes países compreendem segurança e privacidade digital. As pontuações são aferidas com base em respostas a 20 perguntas, que analisam hábitos dos usuários, consciência da privacidade e tolerância aos riscos. Os 21 países envolvidos no estudo foram: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Itália, Japão, Noruega, Reino Unido, Rússia, Suécia, Suíça e Turquia.
Imagem: DisobeyArt/iStock